A Semana



Waldemar Costa Filho

Em suas quatro vezes como prefeito de Mogi das Cruzes, Waldemar Costa Filho, foi um dirigente polêmico, brigão, mas acima de tudo, um prefeito que se preocupava com sua cidade, com sua população. Não ligava muito para a Cultura, dizia que o povo precisava de saneamento básico e não cultura. Enfim, polêmicas à parte, ele foi um prefeito exemplar.

Waldemar nasceu em Juíz de Fora, Minas Gerais em 3 de junho de 1923. Veio para Mogi na década de 40 para trabalhar na extinta Mineração Geral do Brasil. Lá permaneceu até a década de 60, quando se lançou como autônomo e inaugurou a primeira transportadora da cidade, a Sometra.

Logo se lançou na carreira política se candidatando-se a prefeito, mas foi derrotado. Na eleição seguinte foi eleito vice-prefeito junto com Carlos Alberto Lopes, político experiente, no qual se desentendeu e tornou-se seu inimigo político.

Em 1969 foi eleito prefeito com larga margem de votos. Seu vice foi José Limonge Sobrinho. Obteve 14.448 votos contra 8.379 de Osvaldo Regino Ornelas e 7.217 de Jacob Cardoso Lopes.

Elegeu-se novamente prefeito em 1977, outra vez em 1988 e pela última vez em 1997. Em 77 seu vice foi Álvaro de Campos Carneiro, em 88 o médico Nobolo Mori em 97 o também médico Melquiades Machado Portela.

Nestas suas administrações podemos destacar entre ou outras obras as seguintes: Construção do Centro Cívico, prédios da prefeitura, da Câmara Municipal, Casa da Lavoura, Forum, Corpo de Bombeiros, Avenida Narciso Yague Guimarães, Projeto Cura em Brás Cubas, Estradas Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, reforma do Teatro Municipal, das Igrejas históricas das Ordens 1ª e 3ª do Carmo, criação e funcionamento da usina de asfalto, asfaltamento em várias vias públicas do centro e da periferia, reforma de praças e conservação das mesmas por meio do projeto “Adote uma Praça” pelas indústrias,  construção de escolas rurais, em parceria com o Estado, creches e escolas municipais, centros esportivos e educacionais, captação e tratamento de água e esgoto, ampliação da rede de iluminação pública, criação do Parque Municipal, Previdência Social, Via Perimetral e construção de casas populares.

Waldemar teve seu momento de fama numa passagem pitoresca de sua vida política. Certa vez colocou um anúncio de página inteiro no jornal Diário de Mogi, rebatendo críticas do advogado Rubens Magalhães. Em um dos trechos afirmava que não escolhia dia e hora para tirar as diferenças com Rubens. A imprensa da cidade interpretou aquilo como uma chamada para um duelo.  Até emissoras da capital foi ao local para ver  quem era melhor de arma em punho, mas o duelo, é claro, não aconteceu.

Waldemar faleceu em 26 de abril de 2001. Foi casado com Leila Karan Costa.

“Não, não vale a pena ser prefeito. Contudo, não deixa de ser uma honra para qualquer cidadão ser Prefeito de Mogi”. Citação de Waldemar no livro “O Prefeito Exemplar” de Roberto Monteiro – 1983.

Fontes:

– Prefeitos de Mogi das Cruzes 1901 – 2007 – Nivaldo Marangoni – 2007

– O Prefeito Exemplar – Roberto Monteiro – 1986

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

Comente abaixo