A Semana



Vila Industrial

”Morar na Vila Industrial é um verdadeiro presente. Bairro muito bem localizado, praticamente no centro comercial da cidade, próximo a tudo que nos é importante. Temos a alegria proveniente da nossa querida escola de samba Unidos da Vila Industrial e o entretenimento esportivo do famoso Estádio do “Nogueirão”. Bairro das rodas de samba e do futebol, que reúne harmonicamente a tradicionalidade das casas antigas e a inovação com a arquitetura moderna. Lugar sempre estimado, guardado no coração dos antigos moradores e em constante renovação, com a dedicação das novas gerações. Ser moradora da Vila industrial, para mim, é motivo de muito orgulho!”

Palavras de Eliane Lopes, moradora do icônico bairro com muitas histórias para contar.

A Vila Industrial, em Mogi, é um dos bairros mais importantes do município – considerado o berço da industrialização da cidade  e o mais simbólico, por ser o único local mogiano capaz de movimentar três atividades que estão ligadas à natureza do povo brasileiro: samba, futebol e religiosidade.

No bairro, que fica próximo ao centro de Mogi, há uma escola de samba, a Unidos da Vila Industrial; uma igreja, a Nossa Senhora do Rosário; e um estádio de futebol profissional, o Nogueirão.

Com suas 23 ruas e vias, a Vila Industrial possui 510 casas, a maioria delas construídas na época de sua industrialização. A Vila Industrial, como o próprio nome diz, se formou por ocasião da instalação e funcionamento da antiga Cosim (Companhia Siderúrgica de Mogi), como bairro ocupado prioritariamente por trabalhadores da empresa.

No início da década de 1940, a família Jafet, vinda de Minas Gerais e que havia se estabelecido no estado de São Paulo, construiu uma grande siderúrgica em Mogi, a MGB (Mineração Geral do Brasil), que, anos mais tarde, se tornou a Cosim (Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes).

Então, os Jafet inauguraram a MGB em 1944 e, no seu entorno, surgiu a Vila Jafet, que, posteriormente, virou Vila Industrial.

Os mogianos, que até essa época tinham como principal fonte de renda a atividade agrícola, viram, com a chegada dos Jafet e a instalação da MGB, a cidade se desenvolver rapidamente. Principalmente os mogianos que já viviam no local onde a Vila Industrial foi formada.

Mas o crescimento da Vila Industrial aconteceu, de fato, depois que a MGB contratou centenas de trabalhadores mineiros vindos das cidades de Sabará, Congonhas e Ouro Preto. E, assim, surgiu um bairro inteiro, com mais de 300 casas geminadas construídas pela empresa para abrigar os operários que chegaram a Mogi.

As mais de 300 casas foram levantadas de forma padrão, isto é, com arquiteturas e fachadas iguais, que estão da mesma maneira até os dias atuais. Nascia, então, a Vila Industrial, um bairro boêmio e nostálgico, tendo grandes poetas do samba que, desde sempre, fizeram a alegria do bairro; campos de futebol para o lazer dos filhos dos operários e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (uma das mais antigas de Mogi), para prosperar a fé dos mineiros e mogianos (que é um povo tradicionalmente religioso).

Gente do bairro como Mariana Mendonça e Dudu Mendonça (in memorian), filha e pai com talentos artísticos (a bela voz de Mariana e seu pai Dudu no violão sete cordas), Seu Eurico, mestre do violão, Xavier Filho, cantor e compositor assim como o talentoso Yrapoan Junior, Luiz Carlos José que foi dono do saudoso bar Miolo da Vila ou o Bar do Zé Cabrito, reduto da moçada do samba de mesa, isso só para citar alguns dos personagens que fazem da Vila Industrial um bairro tão querido e amado.

Fontes:

https://portalgazetaregional.com.br/terra-de-gente-boa-unida-e-que-defende-suas-origens-essa-e-a-vila-industrial/

– História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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