A Semana



UNIÃO FUTEBOL CLUBE

O União Futebol Clube de Mogi das Cruzes (SP), foi fundado no dia 7 de setembro de 1913, quando a cidade não tinha mais do que 10 mil moradores. Nessa época o novo esporte já era conhecido por aqui, pois registros mostram que antes mesmo da fundação do União, Mogi das Cruzes já contava com dois clubes de futebol, o Falena Futebol Clube e o Esporte Clube Mogi.

O Falena pertencia ao sapateiro Alfredo Cardoso, um afro-descendente estabelecido com sua oficina no centro da cidade. Era conhecido por “Alfredão”. Já o Mogi era do comerciante Francisco Veríssimo, o “Chiquinho”, que era proprietário de uma loja de tecidos, na Rua José Bonifácio, igualmente na zona central.

Alguns registros publicados pelo historiador Isaac Grinberg, mostram os primeiros jogos entre Falena e Esporte Clube Mogi. No primeiro jogo da história, o Falena venceu por 3 X 0. Uma semana depois, em novo confronto, houve empate em 1 x 1. Na terceira partida, nova vitória do Falena, outra vez por 3 X 0.

Apesar da diferença social, “Chiquinho” e “Alfredão” eram amigos. Nas poucas vezes em que os times da cidade foram convidados a se apresentarem na Capital, geralmente faltavam jogadores. E também pelo fato dos ânimos terem ficado um tanto exaltados, depois que as duas equipes se enfrentaram em três oportunidades. Por isso os dois decidiram fazer uma união das duas equipes. Dessa forma nasceu o União Futebol Clube.

Mas o momento mais marcante foi mesmo o que ensejou a construção do seu campo de futebol, na Rua Casarejos, em uma extensa área adquirida pelo clube. O estádio, cujo nome oficial era “Francisco Ferreira Lopes”, foi por muitos anos um dos principais pontos de reunião e diversão da sociedade mogiana. Os bailes do União, realizados no Ginásio de Esportes construído tempos depois, ficaram famosos na cidade, principalmente os de Carnaval.

Em 15 de outubro de 1975, o União comprou o terreno situado no Bairro do Caputera, uma área 128.200m², por 50 mil cruzeiros, e teve início o projeto da construção do CT da Vila da Prata.

Em 1947 o time conquistou o primeiro título intermunicipal, quando foi campeão invicto, vencendo todas as 10 partidas do Campeonato Regional do Setor Norte. Nessa competição o União enfrentou Ponte Preta, São José, Elvira, Paraíbuna e Pedra Santa. O título conquistado nos pênaltis contra o São José foi o mais importante da história do clube até 2006, quando ganhou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, garantindo o acesso à Série A3 de 2007.

Depois da bonança veio o declínio, no final da década de 40. O dinheiro desapareceu e os principais investidores também. Nem mesmo os bailes no Ginásio Francisco Averaldo e o aluguel do Estádio da Rua Casarejo, serviram para minimizar a crise.

Começou em 1999 o período de maior decadência do clube. A sede da rua Casajeros, com estádio e ginásio foi vendida para uma construtora que pretendia construir no local um empreendimento comercial, mas a expectativa de renda com parte dos boxes que ficaram com o clube, não se confirmou.

Para piorar, a área onde seria erguido o CT da Vila da Prata, que nem havia começado, foi penhorada em agosto de 2005, para pagamento de dívidas trabalhistas. Em janeiro de 2006, o terreno foi arrematado por R$ 200 mil em um leilão judicial, 4% do valor avaliado, que era de R$ 5 milhões. O clube ainda tentou anular o leilão, mas não conseguiu.

A FPF reestruturou suas fórmulas de divisões e o União cai para a Terceira Divisão. Em 1998, muda de nome, para União Mogi das Cruzes Futebol Clube, naturalmente fazendo algumas mudanças em seu escudo. Atualmente, o União está de volta às suas origens e adotou o antigo nome de sua fundação e o clube disputa a série B1 do Campeonato Paulista e a Taça SP de Futebol Junior.

Fonte:

  • Entrevista com Jornalista Luiz Felício
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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