Em outubro do mesmo ano, foi aberto o jornal Mogi News e o Mutso Yoshizawa pediu demissão do Diário de Mogi e foi trabalhar lá. Com a vaga aberta, Chico Ornelas convidou Willy para tentar ser o novo colunista por três meses de experiência. Mesmo não conhecendo ninguém, nem tendo a mínima ideia de como começar, Willy topou.
Sua primeira reportagem como colunista social foi com a família de Bóris Grinberg, a Maria José, a Betsi e o Saul falando deles e de sua casa. Claro que as famílias tradicionais da cidade ficaram com um passo atrás com esse garoto, esse jovem que ninguém conhecia e já se aventurava como colunista social de um grande jornal da cidade. Mas Willy acabou emplacando. No início dos anos 80, voltando de uma viagem aos Estados Unidos teve uma conversa franca com o Mutso Yoshizawa e ficaram muito amigos.
Willy arrojado como sempre, fez grandes bailes em Mogi, trazendo nomes famosos de São Paulo como Alik Costakis, grande jornalista grego que escolheu São Paulo para viver, morto em 1998.
Ficou por volta de 25 anos no Diário de Mogi, passou pelo Mogi News e depois o A Semana.
Nos anos 90 começou com a Feijoada do Willy uma reunião descontraída de amigos a base de uma gostosa feijoada, drinks e cervejas tudo incluído no convite que era uma camiseta.
A Feijoada do Willy continuou ininterrupta até a pandemia em 2020.
Em 2007 criou o Willy Virtual, depois Caderno W onde se concentrou num jornalismo mais interativo e digital. O Caderno W se tornou a grande vitrine da sociedade mogiana com ótimas reportagens e anunciantes de peso.
Willy criou escola em Mogi, colunistas como Osny Garcez, Wilson Toledo, Tales Talarico e Silene Cunha Pinto (que o substituiu no O Diário de Mogi) beberam em sua fonte.
Além de jornalista e formador de opinião Willy lançou dois livros reproduzindo uma quantidade impressionante de fotos da sociedade mogiana. Willy & Sociedade e W Crônica de um Tempo. Pretendia ainda lançar seu terceiro livro, dessa vez de memórias em 2021. Infelizmente sua morte suspendeu o projeto. Com certeza ele teria muita coisa pra contar, dos amigos, das festas, viagens e afins.
A morte de Willy Damasceno deixa uma grande lacuna no jornalismo mogiano, mas seu legado continua. Seu companheiro Daniel Silvério e a fiel escudeira (como ele costumava chamá-la) Maria Salas continuaram com o Caderno W.
Fonte
Revista Ato nº 16 – Janeiro/Fevereiro de 1984