A Semana



Seu Tufy, Manira e o Tufy

A figura exuberante de Manira Andery ao balcão atendendo a todos com educação e pompa ao lado de uma cozinha impecável levava a todas as pessoas apreciadoras da culinária libanesa, ao balcão e às mesas do Tufy, restaurante idealizado e inaugurado por Tufy Elias Andery, em 15 de fevereiro de 1990 na rua Cel. Souza Franco, centro de Mogi das Cruzes.

Na verdade, Manira, entrou para ajudar o pai depois que o irmão, João Carlos Andery deixou o restaurante. Mesmo dando aulas  no Liceu Brás Cubas e no Nec, Manira achava tempo para a noite se dedicar com o pai e a mãe ao Tufy.

Seu Tufy, como era chamado carinhosamente, casado com Dona Cleonice, foi escriturário da prefeitura no tempo do prefeito Renato Granadeiro Guimarães, isso por volta de 1941. Teve uma gráfica na rua Paulo Frontim, armazén de secos e molhados na esquina da Cel. Souza Franco e Princesa Isabel de Bragança, foi vereador a partir de 1948, exercendo quatro mandatos chegando a ser presidente da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes.

O gosto pela culinária talvez tenha vindo do pai que gostava muito de cozinhar, segundo Tufy. Mas o que mais impressiona no Seu Tufy é o rigor na compra e manipulação da carne para servir aos seus clientes. Se a carne não estivesse boa, era devolvida ao açougue.

Com esse rigor, o respeito ao cliente e amigos que frequentavam o restaurante, Seu Tufy fez história. Mas depois de alguns anos, sua esposa Cleonice com problemas de saúde deixou o restaurante, mais tarde foi a vez dele, que com problemas renais, passou o comando para sua filha Manira.

Com a doença dos pais, Manira cuidava da casa, dos pais, do restaurante, dos funcionários e das compras.

Manteve sempre o mesmo ritmo, o rigor, e o atendimento educado e gentil com todos. Foram quinze anos, num período que para ela, foi de muito aprendizado, tanto no trabalho e tanto no fazendo amigos. Alguns, e neste rol eu me incluo, até hoje tem o privilégio de fazer parte do seu círculo de amizades.

Seu Tufy faleceu em 16 de dezembro de 2005 e dona Cleonice em 01 de abril de 2005, oito meses antes.

Para Manira, seu pais representavam tudo de bom que um pai poderia passar para uma filha. Os quadros com os retratos de Tufy e Cleonice feitos numa viagem a França que emolduravam as paredes do Tufy Restaurante, descansam na sala caprichosamente decorada onde Manira mora com uma calopsita.

O tempo não passa para ela, a beleza heráldica, o porte vistoso que eram vistos no restaurante, logo eram contemplados na Feijoada do Willy, evento que o colunista Willy Damasceno manteve por mais de vinte edições, sendo a última em 2019 por causa da pandemia.

Fonte

– Entrevista com Manira Andery

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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