No início do século XX em Mogi das Cruzes, como no resto do Brasil, o automóvel era a grande novidade. Em São Paulo, em 1901 só havia cinco automóveis, em 1903, dezesseis!!! Os mogianos só puderam ver um em 1908 quando um certo Conde Landsman passaria por aqui vindo do Rio de Janeiro a bordo de seu reluzente automóvel. Uma novidade para a época. Também em 1908, quatro rapazes saíram de São Paulo pela manhã e chegaram às 16 horas em Mogi.
A aventura dos quatro jovens impressionou tanto a população mogiana, ávida de novidades que eles foram largamente homenageados, inclusive ofereceram a eles um copo de cerveja em festa realizada no Cine Parque.
O primeiro automóvel de um mogiano pertenceu ao professor João Cardoso Primo de tradicional família mogiana.
Para um motorista dirigir naquela época não era fácil. Senão vejamos: Para dar a partida no carro, havia do lado direito do painel, um buraco no fundo do qual localizava-se uma manivela. E mal o motorista dava as primeiras maniveladas, alguém já vinha de dentro de casa com uma bacia de água com sal e uma toalha. É que quando o motor pegava, o motorista tirava depressa a mão da manivela, porque era comum seu braço rasgar nas bordas do buraco.
Já em 1912, a Cadillac implantou um sistema elétrico que utilizava um motor de partida e pôs fim à manivela.
Inclusive teve uma história de um proprietário de um automóvel que convidou dois amigos para darem uma volta até onde antigamente havia o Matadouro Municipal, hoje prédio da Secretaria de Abastecimento em Brás Cubas, próximo ao viaduto Argeu Batalha.
Quando eles se propuseram a voltar já a tardinha o motor não quis pegar. O remédio foi o dono do carro sentar-se na direção e seus amigos empurrarem o carro até o centro.
Agora vocês imaginem esses mesmos mogianos daquela época se pudessem ver a Mogi de hoje, afogada em carros, onde em horário de pico você leva mais de vinte minutos para descer a José Bonifácio.
Foram pioneiros!!!
Fontes:
- Internet
- Livro: Mogi das Cruzes de Antigamente – Isaac Grinberg – 1964
