A Semana



Os cuidados com os idosos

O Brasil está envelhecendo de forma rápida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,3% da população total do país é composta por idosos. A expectativa média de vida do brasileiro aumentou para 77 anos, sendo a população feminina a estimativa de vida 80,5 anos, e a expectativa dos homens é de 73,6 anos.

Esse cenário apresenta uma série de conquistas sociais, como ampliação do acesso a serviços médicos preventivos, aumento da escolaridade e da renda familiar, entre outros determinantes. Esses processos trazem uma necessidade de como superar os novos desafios a serem enfrentados no cuidado à população idosa, sobretudo no que se refere à saúde mental.

Para a psicóloga especialista em saúde mental, mestre em psicogerontologia e coordenadora universitária Priscilla Paccitto, é preciso pensar em políticas da saúde psicológica de todos os entes envolvidos. E ela ressalta um fator comum entre os idosos: “A idade avançada não pode ser um motivo suficiente para o comprometimento da capacidade funcional. O que ocorre muitas vezes é o aumento da incidência de doenças, crônico-degenerativas e associadas a estas patologias, que fazem surgir incapacidades físicas no idoso, resultando então no desenvolvimento da dependência e na perda da autonomia”, esclarece.

Esse sentimento de “invalidação” precisa ser combatido por todos da família, por meio de diálogos e de tomadas de decisões juntos ao idoso. “Um caso comum é retirar a pessoa da própria residência com o intuito de cuidar, nisso ele pode se sentir como se estivesse atrapalhando, perdido e sem referências pessoais”, diz Priscilla.

Nova fase

A psicóloga destaca que, com o desenvolvimento da Geriatria e da Gerontologia, pesquisas vêm demonstrando que os idosos têm potencial para enfrentar diferentes situações na vida, como perdas, trabalho, estudos, reabilitação, compreensão das limitações físicas, se permitir ter envolvimentos sexuais na terceira idade, entre outras.

Para fortalecer isso, é necessário que haja um entendimento não só da família como também dos especialistas que atendem o idoso. “Os profissionais precisam se atualizar com uma abordagem biopsicossocial da velhice e compreender o processo de envelhecimento de forma técnica e humanizada, visando o desenvolvimento integral, ressignificando suas experiências, com o objetivo de proporcionar estratégias de cuidados e qualidade de vida de forma subjetiva para o idoso e também para seus cuidadores”, finaliza.

Redação

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