Na História do Brasil aprendemos que os bandeirantes sempre foram homens valentes, bravos e acima de tudo patriotas.
Em Mogi tivemos, entre outros grandes bandeirantes, Gaspar Vaz. Em 1608 ele obteve uma sesmaria em Mogi. Em 1611, já líder do pequeno povoado que ainda não era Mogi, ele foi o primeiro signatário do requerimento ao governador pedido a elevação do local a vila. Em 1625, depois de já ter ocupado vários cargos, deixou o lugar de Capitão da Vila por “estar muito velho para exercer aquellas funções”.
Mas em 1628 ele participou de uma grande bandeira composta de novecentos mamelucos e dois mil indígenas partindo para Ribeirão do Iguape. O comandante era Manoel Preto, que tinha como imediato Antonio Raposo Tavares. Gaspar Vaz era um dos sessenta e nove loco-tenentes. Partiu daí a grande série de bandeirantes mogianos que serviriam a São Paulo e Brasil.
Na verdade Mogi sempre foi terra de bandeirantes, senão vejamos, além de Gaspar Vaz temos seus filhos Gaspar Vaz Cardoso e Antonio Vaz Cardoso, Francisco Vaz Coelho, Francisco Martins Lustosa, Angelo Baptista, Antonio da Silva Leitão, Balthazar de Godoy, Feliciano Cardoso de Mendonça, João Fortes de El-Rei, João Paes Florião, Simão da Cunha Gago e muitos outros.
Mas o mais interessante de tudo isso é que Mogi das Cruzes está ligado a tudo quanto, nos dias atuais, refira-se aos bandeirantes. O motivo é simples: Se hoje conhecemos a roupa que eles usavam, o indefectível gibão, é porque Jean Baptiste Debret nos legou com o retrato dos bandeirantes mogianos feito em 1829.
Eles foram retratados no Rio de Janeiro combatendo escravos fugidos nas matas do corcovado.
Podemos afirmar que o desenho de Debret é o “único documento ilustrativo da iconografia das bandeiras” nas palavras de Afonso de Escragnolle Taunay.
Esse quadro intitulado “Soldados milicianos de Mogy das Cruzes combatendo escravos fugidos nas matas do Corcovado” foi publicado no livro “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil” em 1834 na França.
Fonte:
Mogi das Cruzes de Antigamente – Isaac Grinbert2ª edição – 1995
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil – Jean Baptiste Debret – 2016
