A novidade dos almanaques chegou ao Brasil trazida pelos europeus na segunda metade do século XIX, mas é só no século seguinte que toma impulso no Brasil.
Nessa época, qualquer cidade que buscasse seu desenvolvimento político e social voltava-se para esses almanaques e através deles a população sabia quem era quem na cidade, seu comércio, sua história.
Na época de lançamento do Almanach de Mogy das Cruzes, a cidade contava com 16.000 habitantes e a área era bem maior que a atual já que as cidades de Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Biritiba Mirim e Luiz Carlos faziam parte de Mogi.
No centro da cidade havia 149 estabelecimentos de um total de 229 em todo o território, compreendendo as hoje, cidades citadas acima.
O projeto do almanaque começou em outubro de 1917 com o capitão Brasílio de Azevedo Marques, jornalista com experiência em levantamentos estatísticos e Reynaldo Menichelli, proprietário da Typographia do Commercio, especializada em impressão de jornais e formulários e produtos que iam além disso.
Por motivos desconhecidos o Capitão Brasílio Marques deixou o projeto e assim entraram outra dupla conhecida da cidade: Manuel de Souza Mello Freire, homem de grande cultura que ocupava o cargo de secretário da Câmara Municipal de Mogi e Aprígio de Oliveira, diretor e professor do primeiro Grupo Escolar de Mogi das Cruzes.
Os dois, Mello Freire e Aprígio foram os responsáveis pela organização dos trabalhos do almanaque como uma “ideia boa e uma boa tentativa” de mostrar a população todo o engrandecimento e o progresso de Mogi.
Em 2018, o imortal da Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras (AMHAL), Auro Malaquias dos Santos, lançou o livro Almanach de Mogi das Cruzes – 1918 – Bastidores de uma Criação Literária em que conta todo o trajeto de criação do almanaque.
Fonte
- História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961
- Almanach de Mogi das Cruzes – 1918 – Bastidores de uma Criação Literária Auro Malaquias dos Santos – 2018