A Semana



O Hino de Mogi das Cruzes

Segundo Roberto Bordin, autor da monumental obra “Mogi Também é Música”, Mogi das Cruzes viveu 418 anos de sua vida sem um hino oficial. Foi apenas em 1968 que se decidiu promover um concurso para a escolha do hino.

Antes da oficialização do nosso hino, foi criada uma polêmica em torno de um hino extraoficial composto pelo maestro Eduardo Poyares, e além desse, Poyares havia composto outro hino em 1955, que começou a ser divulgado como representante oficial nas cerimônias da cidade e ensinado nas escolas, tanto, que em 1956, Poyares recebeu o título de cidadão mogiano. Poyares morreu antes do concurso.

No concurso, extremamente polêmico, ganhou o atual hino de autoria de Raulindo Paiva e seu filho Raulindo Paiva Júnior.  Raulindo Paiva Junior foi meu professor de Educação Musical nos anos 70 quando eu fazia o antigo ginásio, ou seja, 6ª e 7ª série na escola Laurinda Cardoso Mello Freire no Jardim Universo. Ele ainda vive e de vez em quando nos encontramos nos cafés da cidade.

A vitória do Hino a Mogi dos Paiva no concurso foi contestada pela imprensa, segundo consulta feita pelo jornal O Diário de Mogi em 1978. Segundo essa consulta o Hino “…apresentava falhas, além de ser demasiado longa para um hino de âmbito municipal. Além disso, confusa e dificilmente ao alcance da compreensão dos escolares, aos quais o hino está ligado…”

Polêmicas à parte, o projeto de lei do novo hino foi encaminhado para o prefeito, na época,  Waldemar Costa Filho que o devolveu à Câmara, transferido a prerrogativa da oficialização do hino para o Legislativo. O Hino foi oficializado em 4 de dezembro de 1978.

Hino de Mogi das Cruzes

Letra: Raulindo Paiva
Música: Raulindo Paiva Júnior

Foi transpondo a serra do mar
Que Braz Cubas teu solo pisou
E nos deu a razão de amar
Esta terra que ele fundou

Situada às margens do Rio
Tietê, aos pés do Itapeti
Habitada por gente de brio
Que sorrindo sempre vela por ti.

Teu brasão, de teus filhos estampa
A história, heroísmo, os feitos
Bandeirantes que nos deram de herança
Nossa origem, nosso grande conceito

Do trabalho, teu povo é amante
Braços fortes,coragem imorredoura
Te fundiram, nesta gigante
Nesta terra tão encantadora

Por ti, minha Mogi querida
Das Cruzes, o símbolo cristão
Darei a minha própria vida
De todo o meu coração

Por ti, minha Mogi querida
Das Cruzes, o símbolo cristão
Darei a minha própria vida
De todo o meu coração
Foi lutando com fé e amor
Que na guerra teu filho brilhou
E voltou só ferido da dor
Dos irmãos que lá ele deixou

Na Itália, distante Itália
Em Pistóia, bem longe do Anhembi
Recobertos com louros e glórias
Conquistadas por heróis de Mogi.

O saber, de tua gente é pujança
Tua indústria e lavoura um encanto
Patriotismo é a nossa esperança
Liberdade nosso tema de canto.

Salve! Salve! 1º de setembro
Nobre data em que foste fundada
Te saúdo e cumprimento
Minha terra,sempre sempre amada

Por ti, minha Mogi querida
Das Cruzes, o símbolo cristão
Darei a minha própria vida
De todo o meu coração

Por ti, minha Mogi querida
Das Cruzes, o símbolo cristão
Darei a minha própria vida
De todo o meu coração

Fontes:

  • Mogi também é música – Roberto Bordin – 2019
  • O Diário de Mogi – 30 de maio de 1978
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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