A Semana



O Adventismo em Mogi – 1

1º de julho de 1896. Nessa data, o Colégio Internacional de Curitiba abria as portas, não era apenas uma nova escola, mas a primeira unidade do que hoje chamamos Rede Educacional Adventista no Brasil. Situada na rua Paula Gomes, 290, em uma casa de janelas grandes, próxima ao parque Passeio Público, de residências da elite e da biblioteca municipal, no centro de Curitiba, aquela instituição seria o pontapé inicial para um sistema educacional que hoje está presente em todo o país.

Em 1913, Mogi contava com 16 mil habitantes. Nessa época, os distritos de Suzano, Poá, Arujá, Itaquaquecetuba e Biritiba Mirim ainda eram agregados de Mogi, no qual o prefeito era o Tenente Manoel Alves dos Anjos.

Nesse mesmo ano, chegava à cidade o colportor José da Silva Pereira (colportores eram homens e mulheres muito consagrados e dedicados ao dever. Eles realizam a venda e distribuição de publicações, livros e panfletos de cunhos religiosos). Foi o primeiro colportor adventista a visitar e colportar em Mogi, onde vendeu, em cinco dias, a quantia de 49 mil réis em literatura.

Quando esses colportores chegaram à cidade, costumavam percorrer o centro urbano, cuja maioria das casas era de taipa e localizava-se a partir da estação ferroviária até a rua Ipiranga e da Igreja do Carmo até a rua Campos Sales.

O pastor J. E. Brown publicou na revista mensal de abril de 1917, a história da conversão de um mogiano residente em São Paulo, que foi batizado no dia 3 de julho de 1914, sendo assim o primeiro mogiano que se converteu e foi batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em 25 de maio de 1935, após muitas lutas de Pastor Emanuel Zorub e Inocêncio Nunes Siqueira, é fundada a escola de Mogi das Cruzes, tendo total apoio da Associação Paulista. Numa pequena sala com apenas 21m2, inicia-se uma das primeiras escolas Adventistas do Estado de São Paulo, a tão sonhada escola Adventista Modelo. Seu primeiro professor foi Emanuel Zorub, que lecionava com dedicação integral. Em 1959, o professor Leondenis Vendramim, inconformado com a falta de espaço e ventilação da sala, começou instar com a igreja para a construção de nova sala. O irmão Ozias Pereira, então o primeiro ancião, tomou a frente na luta e, junto ao professor, saiu para angariar material para construção da sala. Num só domingo, visitando de bicicleta as olarias da região, foram até Biritiba Mirim, conseguiram ganhar oito mil tijolos.
Na volta, o professor Vendramim, esgotado pelo cansaço, desmaia perto do bairro do Socorro. Mas tudo valia por um grande ideal. Foi uma época difícil, pois o diretor era também professor, secretário e trabalhava com turmas multisseriadas, mas, mesmo assim, encontrava tempo para ir até mesmo a 20 km de distância, solicitando material de construção às fábricas e olarias. Esforço esse que valeu a pena, pois mais salas foram construídas.

Continua…

Fontes:

– História e Memória do Adventismo em Mogi das Cruzes (1913-2017) – Leandro Bertoldo – 2018

https://mogidascruzes.educacaoadventista.org.br/about

Foto:

– Praça Sacadura Cabral em frente a estação ferroviária – Belleza – 1933

Redação

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