De acordo com levantamento feito pela consultoria KPMG em parceria com a Harvey Nash, as mulheres já ocupam 16% dos cargos sêniores de tecnologia na América Latina. A média global atualmente é de 11%. E além de atuar em cargos importantes, muitas vezes elas precisam dividir também o tempo com a maternidade.
Lais Knauber, coordenadora de marketing da NTT DATA Business Solutions, conta que o mundo da tecnologia é extremamente mutável, e para acompanhá-lo o profissional precisar estar constantemente atualizado e atento 24/7.
“Quando entrei, há quase 8 anos, havia pouquíssimas mulheres atuando neste mercado. Na área de marketing, sou responsável por diversas entregas e, como temos um porfólio grande de produtos e serviços, eu preciso conhecê-los a fundo. Isso exige um empenho maior para não me desatualizar, o que demanda tempo e dedicação. Hoje, divido o meu tempo entre o meu trabalho e minha filha de um ano. Ou seja, preciso garantir que tudo funcione corretamente e com excelência. Essa é a parte mais difícil. Acabo me cobrando demais nas duas funções: profissional e mãe”, conta.
A presença feminina no mercado tecnológico vem ganhando mais expressão nos últimos anos, é o que aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que constatou que a participação das mulheres cresceu 60% nos últimos cinco anos. Somente no último ano, o Banco Nacional de Empregos (BNE) identificou mais de 12,7 mil candidaturas de mulheres para vagas de tecnologia, contra 10.375 em 2020.
Com 12 anos de atuação na indústria, a coordenadora de marketing reconhece a importância da promoção das mulheres no mercado de trabalho. Atualmente, na empresa onde atua, a NTT DATA Business Solutions, cerca de 30% dos profissionais são mulheres. “Vejo que aqui há um zelo para que a capacidade de trabalho e o talento prevaleça perante a inclusão por si só. Para mim, é importante que a competência seja o principal motivo para o ingresso em um cargo”, afirma.
Para ela, não há problemas em trabalhar em ambientes preferencialmente masculinos. “Eu nunca tive problemas. Quando a maioria é composta por homens, percebo uma necessidade de se impor e mostrar que sou uma profissional tão boa quanto eles. Infelizmente, no mercado de trabalho, ainda vemos muito disso, cargos menores e tempo maior para o reconhecimento da capacidade feminina.”, relembra.
A coordenadora de marketing acredita ser importante mudar essa realidade nas empresas de tecnologia, por meio da presença de mulheres líderes em cargos de decisão e da promoção ativa da diversidade e igualdade. “Isso permite criar equipes equilibradas, com profissionais que cuidam uns dos outros,, bem como dos seus clientes”, finaliza.