A Semana



Mogi na entrada do século XX

Desde o final do século XIX com o advento da ferrovia, Mogi das Cruzes sofreu uma crescente organização do espaço público. Ações para normatizar os avanços das casas para as ruas, evitando que portas ou janelas abertas comprometesse a segurança dos pedestres, assim também como a limpeza e o nivelamento de ruas e praças.

A população claro, embasava tudo isso, querendo embelezar as praças com chafarizes, que, além de decorativos tinham função utilitária como bebedouros para a população, mas como naquela época não existia a água encanada, a lavadeiras e donas de casa, por exemplo, que começaram a usar para fins domésticos, prática que ocorreu até 1889 quando a administração da cidade proibiu o mau uso dos chafarizes.

Os largos e praças era e ainda são áreas de convívio social, religioso, político e cultural, assim, na entrada do século XX Mogi tinha o Largo Bom Jesus, Largo do Rosário (hoje praça João Pessoa), Largo da Matriz (atual Praça Cel. Almeida) e o Largo Alegre (hoje Praça Oswaldo Cruz).

O traçado das ruas centrais de Mogi naquela época era bem similar a atual. O núcleo urbano expandia-se para o oeste ao longo da via férrea onde se loteava uma grande área de uma chácara que havia pertencido ao Barão de Jaceguai.

Em 1911, a cidade sofria com a falta de transporte, assim tentaram explorar uma linha de bondes. O contrato de concessão foi assinado em 1914, mas em 1920 nada tinha sido feito e a concessão caducou.

A cidade carecia nesta época de guias, sarjetas e calçamentos nas ruas mas na administração do prefeito Deodato Wertheimer, Mogi ganhou novo impulso, tanto que em 1929 já existiam entre nós, cerca de 800 automóveis.

No início de 1921, há 100 anos, Mogi tinha uma população de 29 mil habitantes, sendo que 8 mil moravam no centro urbano.

Mas, claro, o maior fator de desenvolvimento na região foi a inauguração da estrada de ferro em 1875, e não havia a estações intermediárias como hoje, entre São Paulo e Mogi. Elas foram construídas de acordo com as necessidades da população que residiam na beira da ferrovia.

Como tudo que é vivo se desenvolve, Mogi das Cruzes, cidade viva, cresceu e hoje é uma das melhores cidades para se viver no Brasil.

Fontes

  • História de Mogi das Cruzes – Isaac Grimberg -1961
  • Almanaque Alto Tietê – 1998
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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