A Semana



Mogi e a gripe espanhola

Em 1892, dos 25 mil moradores da cidade de Santos, mais de 4 mil faleceram em consequência de doenças infecto-contagiosas. Desses, 1.742 tiveram como causa a febre amarela e 823 de varíola. Esta última chegou rapidamente ao Alto Tietê e provocou mortalidade avassaladora.

Em outubro de 1918 chega na região a gripe espanhola que matara mais de cinquenta milhões de pessoas no mundo.

Nesse mesmo ano, a prefeitura de Mogi tomava medidas emergenciais como destinação de verbas para socorro da população, criação do Hospital para Gripe e organização de trabalhos voluntários.
Após várias vítimas, em 1919, a gripe vai embora deixando um rastro de destruição nunca antes imaginado. Até o presidente Rodrigues Alves foi acometido pela doença e faleceu.

Nessa mesma época a região do Alto Tietê que já respirava com certo alívio e logo prepararam grandes festejos em homenagem ao Dr. Deodato Wertheimer por sua luta durante a epidemia.

Em números: entre 1910 e 1917 em média aconteceram 364 mortes pela gripe, já entre 1918 e 1919 a média subiu para 648 mortes. Parece pouco em termos de hoje, mas pense nesse número para uma população de apenas 28 mil habitantes!

Sobre os rumores de onde surgiu a gripe espanhola, encontramos esse trecho no site Brasil Escola:
“Infelizmente, os historiadores e os cientistas não possuem informações suficientes que lhes permitam apontar o local exato do surgimento dessa doença. Ainda assim, existem algumas teorias a respeito dos prováveis locais nos quais a gripe espanhola possa ter surgido: Estados Unidos, China e Reino Unido.

A teoria mais aceita pelos estudiosos do assunto é de que a gripe espanhola teria surgido em campos de treinamento militar nos Estados Unidos. Isso porque os primeiros casos da doença também foram registrados lá. Esses casos aconteceram em trabalhadores de uma fábrica em Detroit e em soldados instalados em um campo militar no estado do Kansas.”
(https://brasilescola.uol.com.br/historiag/i-guerra-mundial-gripe-espanhola-inimigos-visiveis-invisiveis.htm)

Fontes:

  • Almanaque do Alto Tietê – 1998
    -https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2020/09/27/hospital-de-gripados-e-o-medico-que-liderou-acoes-e-virou-prefeito-conheca-a-historia-da-pandemia-que-assustou-mogi-ha-mais-de-cem-anos.ghtml
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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