
Nos anos 70, a febre disco tomou conta de Mogi. Aqui, várias casas apareceram, como a Kanguru, na Princesa Isabel de Bragança.
A Kanguru Discoteque foi inaugurada em 14 de dezembro de 1977. Comandavam a casa: Marquinho Schartzmannn, Nelson Muniz e Fernando Siqueira. Jairo, Aristeu e o saudoso Rui comandavam a pista e a trilha sonora, assessorados por Geraldinho e Ronaldo. Marquinho Seccomandi cuidava do gelo seco.
Havia também um grupo, comandado por Janoelzinho, que gravavam, em super 8, os embalos de sábado à noite dentro da Kanguru.
Tempo de final de semana no Claudiu’s (um bar que ficava ao lado do antigo Amarelinho) e depois todos iam para Kanguru Discoteque (onde hoje é o estacionamento do Banco Santander).
Ao chegar à porta da discoteca, era preciso ‘transar’ acompanhante, pois só podia entrar casal, não havia convite individual.
Ao entrar, era como se todos fossem transportados a um mundo mágico: as luzes, a pista colorida, o gelo seco, o hi-fi, a cuba libre, a música que tomava conta da mente e do corpo, se dançava até amanhecer.
Não demorou muito para que o local atraísse cada vez mais gente, e, em pouco tempo, tornou-se o maior ponto de encontro da noite em Mogi e região. Aos sábados, era muito comum encontrar pessoas de São Paulo, Suzano e Santos, que elogiavam muito a cidade, achavam-na aconchegante e limpa.
Durante todo o ano de 1978, A Kanguru Discoteque se tornou a febre mogiana com concursos de dança, festas temáticas, aparição de artistas Globais, como Lauro Corona, Glória Pires, Reginaldo Faria, Pedrinho Aguinaga, Elke Maravilha e o show da cantora norte-americana Roberta Kelly, com seu hit Zodiac, e teve também o robô de Automatic Lover.
No dia 01 de setembro de 1978, em comemoração ao aniversário da cidade, é realizada a final do concurso de dança, tendo como jurados Lauro Corona e Glória Pires. Foi uma loucura. Como se concentrar nos estudos sabendo que estaria cara a cara com Lauro Corona? Os vencedores do concurso Marilena Padroeiro e Jorge Ribeiro ganharam uma moto, mas como eram menores de idade foram obrigados a vendê-la e rachar a grana.
Em 1979, começa o declínio da era disco. A Kanguru encerra suas atividades em 1980 deixando muitas saudades.
Fonte
– Depoimento de Ttina Oliveira
Foto
– Kanguru Discotheque