Isaac Grinberg é o historiador obstinado da sua querida Mogi das Cruzes, escreveu Pedro Calmon do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no prefácio do livro “Mogi das Cruzes de 1601 a 1640 em 1981.
E era, o jornalista nascido em Mogi das Cruzes em 16 de junho de 1922 tinha uma paixão, além de sua esposa e filhas, Mogi!!!
Isaac sempre teve uma tendência ao jornalismo e a história. Quando fazia o ginasial no antigo Instituto Washington Luiz, publicou um pequeno jornal, alguns anos depois já era o redator principal de O Liberal. Em 1941 foi aprovado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e muda-se para São Paulo. Junto com o curso, Grinberg dá continuidade a outra paixão: o jornalismo.Voltando para Mogi fundou com seu irmão Jayme o trissemanário Folha de Mogi, mas logo depois foi para o Rio de Janeiro a convite da Asapress do qual foi repórter político. No Rio, ainda trabalhou em O Globo, colaborou com os principais jornais brasileiros e acabou fundando e dirigindo com o jornalista Amaury Cunha a agência News Press. Entrevistou Getúlio Vargas, Walt Disney, Dutra, Trumam.
Em 1951 voltou para Mogi e novamente fundou com o irmão o primeiro jornal diário da cidade, a Folha de Mogi e iniciou suas pesquisas para seus primeiros livros: História de Mogi das Cruzes (1961) e Mogi das Cruzes de Antigamente (1964) e depois sempre com aquele enfoque histórico e de pesquisa, lançou Retrato de Mogi das Cruzes (1974), História da Justiça em Mogi das Cruzes (1977), Gaspar Vaz, Fundador de Mogi das Cruzes (1980), Mogi das Cruzes de 1601 a 1640 (1981), Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes (1986), Viajantes Ilustres de Mogi das Cruzes (1992), Mogi das Cruzes do Meu Tempo (1993), relançou Mogi das Cruzes de Antigamente (1995) e uma edição atualizada de Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes em 2000.
De todos os seus livros, certamente, Gaspar Vaz, Fundador de Mogi das Cruzes foi o mais polêmico. Num tempo em que ainda se comemorava o aniversário de Mogi com Bráz Cubas como seu fundador, o lançamento do livro foi uma surpresa e tanto.
Gaspar Vaz circulava apenas nos círculos mais restritos de pesquisadores como Dom Duarte Leopoldo e Silva, Jair Rocha Batalha, Jurandyr Ferraz de Campos e outros.
Para a população em geral e sua edilidade Bráz Cubas ainda era o ícone da fundação da cidade.
Na apresentação do livro, Isaac Grinberg pede ao então Prefeito Waldemar Costa Filho que se nomeasse um comissão de especialistas para estudar o assunto e fazer justiça ao legítimo fundador de Mogi das Cruzes.
A comissão foi formada e culminou com o documento “O Povoamento de Boigy Mirim e formação da Vila de Santa Anna, Gaspar Vaz e os primeiros povoadores” de Jurandyr Ferraz de Campos e Horácio da Silveira, publicado no primeiro número do “Boigy Cadernos da Divisão do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal.”
Fontes:
- Internet: Portal G1 e O Diário
- Boigy Cadernos da Divisão do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal – vol. 1 – 1988
- Coleção Revista Ato