A Semana



Helio Borenstein

Helio Borenstein nasceu em Kiev, na Ucrânia, em 17 de outubro de 1903. Era filho de Malca e Gregório Borenstein. Em 1920, aos 17 anos de idade, aportou no Brasil. No Rio de Janeiro, ficou por pouco tempo e embarcou num trem para chegar a Jacareí.

Sem falar português, acabou perdendo a estação de Jacareí e vindo parar em Mogi das Cruzes (SP), onde conseguiu um emprego numa pequena loja de móveis na Rua Coronel Souza Franco.

Alguns anos depois, investiu tudo o que economizou na compra de sua própria loja, onde vendia camisas, gravatas e outros itens voltados para o público masculino. Em pouco tempo, comprou o imóvel ao lado e inaugurou a “Casa Helios”, tradicional loja de móveis também na Coronel Souza Franco.

Em 1935, Helio casa-se com Valentina, uma das filhas de Joaquim de Mello Freire, o Capitão Quinzinho. Após o casamento, muda-se para uma chácara, onde hoje está uma agência do Banco do Brasil, na Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco. Passados alguns anos, resolveu lotear parte dessas terras, onde construiu dezenas de casas, surgindo assim a Vila Helio – que começou como um espaço residencial e, hoje, é 100% comercial. Passou recentemente por uma revitalização completa, com recursos privados do Grupo Marbor, empresa administradora do espaço e fundada e presidida por Marcos Borenstein, filho caçula de Helio.

Nessa época, Helio e o sogro, o “capitão Quinzinho”, formaram a Cinematográfica Mello Freire & Borenstein, englobando os cines Parque, Odeon e o majestoso Urupema, inaugurado em 1947. Com 2.534 lugares, o cinema chegou a ser a segunda maior sala de exibição do País, nos anos 1950.

Alguns anos depois, com a família Cardoso, Helio fundou a loja Belver, onde eram vendidos utensílios, móveis, roupas e os primeiros eletrodomésticos importados. A Belver chegou a ter nove filiais espalhadas pelo Alto Tietê, Vale do Paraíba e Litoral Norte.  A importação pioneira foi para ele próprio: em 1951, em sua primeira viagem ao exterior, com os amigos Frederico Straube e “Zé Helau”, Helio trouxe dos Estados Unidos uma geladeira Frigidaire, até hoje conservada no escritório da Helbor, empresa de Henrique, primeiro filho de Helio.

Em 1951, quando foi inaugurada a Vila do Pobres da Liga Humanitária, instituição filantrópica da época, ele a presenteou com a construção de 5 casas.

Em 1959, adquiriu o controle acionário da revendedora de automóveis Chevrolet e instalou a Cotac, Comércio de Tratores, Automóveis e Caminhões S/A. Depois, criou a Helio Borenstein S/A, uma holding dos negócios da família.

Os dois filhos deram continuidade às iniciativas empreendedoras do pai, que faleceu em 1964. Henrique hoje preside a incorporadora Helbor, companhia de capital aberto cujo nome evoca as iniciais do nome e do sobrenome de Helio. E Marcos preside o Grupo Marbor, que engloba a Marbor Negócios Imobiliários e o Hotel Marbor, além de ser investidor do Go.Bank, primeiro e único banco digital com presença física do Brasil – com unidade na Vila Helio.

Com revisão do texto de Katia Guimarães – Assessora de Imprensa do Grupo Marbor

Fontes:

– Vila Helio, da Fundação à Marbor – 2021

– Os Grandes Personagens da História de Mogi das Cruzes – Regis de Toledo 2004

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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