Apaixonado por livros desde a infância, Walter de Sousa, 59, é o autor do livro “Armando Sérgio – O Artesão em sua Oficina”, biografia do professor e ex-secretário de Cultura de Mogi idealizada pelo filho, o jornalista Leandro Sérgio, e transformada em realidade pela Lei de Incentivo à Cultura. E destaca que o saudoso Armando foi, inclusive, seu professor na faculdade. O escritor é mogiano, nascido no antigo hospital Mãe Pobre e cresceu em uma chácara, no bairro São João, em amplo espaço que lhe permitiu muita liberdade e as recordações que ainda guarda, como a do campinho do São João FC, e a de um acidente com um caminhão que tombou no local. “Era um dia chuvoso e o motorista perdeu o controle do veículo. O estrondo acordou a vizinhança inteira”, relata.
Graduou-se em Comunicação pela Braz Cubas e, na área, prosseguiu a vida acadêmica na ECA-USP com pós-graduação, doutorado, mestrado e ainda dois pós-docs. A paixão pelos livros veio por influência do pai, que vendia coleções de Monteiro Lobato, e do avô, que levava para ele, aos domingos, a revista Recreio. “Passei a escrever poesia assim que aprendi a ler”, conta.
Walter de Sousa | Escritor
Trabalha em Mogi desde o primeiro emprego, com 14 anos, em uma gráfica, e depois na Associação Comercial e como assessor legislativo na Câmara. Ainda em Mogi, estagiou no jornal alternativo Pícaro e, já formado, saiu da cidade para atuar na revista IstoÉ, na Folha de S. Paulo e em outras publicações. De 2008 e 2020, foi professor na ECA-USP e no Centro Universitário Belas Artes e hoje dedica-se aos seus projetos editoriais e culturais. Divide residência entre o bairro da Boa Vista, em Mogi, e a cidade de Praia Grande. É pai de Beatriz, de 22 anos e, juntos, adoram visitar livrarias e ir ao cinema. Seu hobby sempre foi cozinhar e conta que mantém uma alimentação balanceada, com verduras, cereais e frutas. Sagitariano, considera-se focado e busca sempre mudar o que lhe incomoda. “Tenho pavor de me aferrar a comportamentos automáticos”, justifica.
Corre 5km todos os dias e guarda com carinho até hoje seus discos de vinil, que escuta regularmente. Prefere o estilo esportivo e as camisetas básicas. Sua cor – e bebida favorita – é o vinho. Aficionado por leitura, sempre lê vários livros ao mesmo tempo e recomenda “Meu nome é vermelho”, de Orham Pamuk e elege como favorito o filme “Asas do Desejo”, de Wim Wenders. Conhece vários países, mas adorou Ushuaya, na Argentina, e, no Brasil, conta que atravessou o país do Rio Grande do Sul ao Pará de caminhão, fazendo reportagens, e desceu num navio cargueiro, a partir do rio Amazonas, até Vitória-ES.
Tem o budismo tibetano como filosofia de vida e, como projeto, publicar suas ficções literárias. Com os pais, Walter de Sousa, 88 e Marlene Binner de Sousa, 82, aprendeu a não fazer do trabalho sua função de viver. Para ele, a vida é um constante processo de aprendizagem. Sua frase é de Leonard Cohen: “Há uma rachadura em tudo: é assim que a luz entra”.