Miriam do Valle | Bibliotecária
Há 53 anos dedicando seu altruísmo como voluntária, a bibliotecária aposentada, Miriam Nogueira do Valle, 77, assume, no dia 9 de dezembro, a provedoria da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes e será a primeira mulher no cargo desde a fundação da entidade, há quase 150 anos. Mogiana, veio ao mundo, em casa, pelas nas mãos de uma parteira. “Cresci e sempre morei no Centro”, acrescenta. Da infância, sua maior recordação é a atenção especial que recebia da professora Maria Cecília Arouche. “Aos três anos, contrai meningite e tive algumas sequelas visuais, mas a professora tinha uma atenção diferenciada comigo, pois ela também tinha uma sequela por conta da poliomelite que a acometeu”, revela. Formou-se como bibliotecária na faculdade de Sociologia e Política, na Capital, aos 23 anos. A motivação para seguir essa carreira veio de quando começou a trabalhar na Universidade Braz Cubas aos 18 anos, como auxiliar na biblioteca e ficou encantada com a organização e catalogação de livros.
Começou a trabalhar com 14 anos, como balconista. Aos 18, ingressou na Universidade Braz Cubas como auxiliar na biblioteca, de onde se aposentou aos 59 anos. Em 71, começou o seu trabalho como voluntária da Santa Casa de Mogi, quando o provedor era o dr. Rubens Brito, e sua esposa, Dona Hilda, organizou o primeiro voluntariado do local. “Éramos em 60 pessoas para atuar em todas as áreas, por deficiência de funcionários”, comenta. Desde então, é a única ativa no hospital e, neste ano, na eleição para o novo provedor do biênio 25/26, foi escolhida por aclamação e já assume a função no dia 9 de dezembro. Miriam mora no Centro, com o marido Flávio Augusto, que conheceu em um baile de Carnaval no Itapety Clube e estão casados há 53 anos. Da união, vieram os filhos Fernando Augusto, 52, casado com a Selma; e Divanir, 55, esposa de Emerson, que lhe deram os netos Thiago, Dênis, Edinho e Nyara; e as bisnetas, Lara e Alice. Sua maior diversão é brincar com as bisnetas, papear com o marido e ler muito – indica os livros Pollyanna Menina e Pollyanna Moça, de Eleanor H. Porter. Apesar de atualmente não ter o hábito de cozinhar, revela que é padeira formada e adora fazer pães. Seu estilo é clássico, gosta de usar camisas e sua cor é o azul. Adorou conhecer Gramado-RS, pela beleza e gastronomia do local. Seus planos futuros são ter saúde sempre para poder trabalhar e desenvolver um trabalho de excelência, com gestão integrada, à frente da Santa Casa, como também acompanhar o crescimento da família. Pastora da Primeira Igreja Batista de Mogi, frequenta os cultos duas vezes por semana e é atuante nas reuniões. Dos saudosos pais, Miguel e Maria Conceição de Deus, aprendeu que as pessoas devem se doar ao máximo, porém adverte que a empatia deveria estar mais presente na vida de todos. Sua frase, na verdade, se resume a uma só palavra: “Dedicação”.