Com um dom apaixonante para as palavras, Maria Fernandez Iglesias destaca-se pelo grande talento para a literatura, sobretudo poesia, sua grande paixão. Em fevereiro deste ano, lançou o livro “Adiós mi España querida”, uma narrativa autobiográfica onde conta a saga da imigração de seus pais e sua luta em busca de melhor qualidade de vida em outro continente.
Nascida num recôndito da Galicia, na Espanha, veio para Mogi aos cinco anos. Da infância, guarda a lembrança da mãe em sua máquina de costura. “Era a pedal, ela fazia roupinhas para a única boneca que tínhamos, nos intervalos de seus afazeres domésticos”, relembra. Fez Magistério no Washington Luiz e Administração de Empresas na UBC, mas foi nos livros que descobriu sua vocação, influenciada pelos professores Percy Benedicto de Siqueira, no ginásio, e a professora Nyssia Freitas Meira, no Magistério. “Eles sempre me instigaram a aprender mais e mais”, conta.
Maria Fernandez Iglesias | Escritora
Aos 14 anos começou a trabalhar numa indústria de linhas de costura. Passou pela Elgin e, em 75, foi trabalhar como professora na Marechal Rondon. Atuou ainda na Huber Warco do Brasil, Ateneu Mogiano e Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico de Mogi até 97, quando entrou na Braz Cubas e permaneceu por quase 20 anos.
Maya mora na Vila Lavínia e é mãe da Patrícia, advogada, 43, da arquiteta Cristiane, de 41, e do engenheiro mecatrônico Gilberto Jr, de 39. Gostam de se juntar aos finais de semana para saborear momentos agradáveis à mesa, de preferência com algum prato que recorde suas origens. Na cozinha, ela agrada a família com o tradicional “Puchero”, feito à base de grão de bico. Pisciniana, se diz sorridente e sensível, porém um pouco indecisa. Gosta de fazer caminhadas. Ao se vestir, intercala o clássico com o esportivo, com um chapéu compondo os looks nos passeios ou um belo lenço de seda. Sua cor é o azul e seu perfume, dentre outros, é o Miracle, da Lancôme.
No momento está lendo o livro “Afrodite”, de Isabel Allende, e, no cinema, diz que “O advogado do Diabo”, com Keanu Reeves e Al Pacino, a impactou. Sua primeira viagem ao exterior foi à Espanha, onde se conectou as suas raízes. No Brasil, se impressionou com a vista aérea dos Lençóis Maranhenses. Seu sonho é refazer a viagem que seus pais fizeram da Espanha para o Brasil – 15 dias de navio. Pretende lançar um livro de poesias e focar nos trabalhos do coletivo Di’ Versos. Católica devota de Nossa Senhora Aparecida e Santa Rita de Cássia, a filha da saudosa Maria Iglesias de Fernandez e de Jesus Fernandez Souto, que completa 95 anos dia 11, com eles aprendeu a valorizar a simplicidade. Na vida, defende que nossa missão é fazer a diferença na vida de alguém. Sua frase é de um provérbio chinês: “Quando as raízes são profundas não há razão para temer o vento”.