Dinâmica, sem perder a elegância jamais, e muito disposta a fazer a diferença na vida de centenas de crianças, Marcela da Rocha Tartaglia, 67, é a fundadora e gestora da Associação Beneficente Doce Lar, uma entidade sem fins lucrativos dedicada à educação básica que hoje mantém quatro escolas e um projeto social para crianças e jovens de seis a 17 anos. E, no dia 1º, a associação se tornou a primeira entidade beneficente a receber a certificação ISO 9001, o que chancela o trabalho realizado e abre portas para novas parcerias e projetos.
Piauiense, da cidade de Caracol, veio para Mogi aos dez anos com a família. Da infância, recorda de acompanhar o trabalho da mãe na roça. “Eu era danada… fazia questão de ir com ela, às vezes ia até escondido, mas acabava ajudando, juntando algumas frutas”, lembra. É formada em Publicidade pela UMC desde 78 e tem pós-graduação em Políticas Públicas.
Marcela Tartaglia | Gestora Administrativa
Seu primeiro emprego foi aos 13 anos, na área de produção de uma indústria de papel, onde ficou por cinco anos. Trabalhou como auxiliar administrativa na Guttermann, por três anos e meio e, em 89, entrou na Prefeitura, onde trabalhou por 27 anos, até 2004, quando se aposentou. Em 86, fundou a Doce Lar, e, através dela, conseguiu várias benfeitorias para a Vila Brasileira. Hoje, divide-se entre a administração da Doce Lar e do Instituto Beneficente Gessi Neri, que tem duas unidades, também em Mogi. Marcela mora no Shangai e é casada com o engenheiro aposentado Paulo Sérgio, com quem teve três filhos: Paulo Marcelo, Juliana e Luciana, que os agraciaram com seis netos. A família é muito unida, tanto na vida pessoal, como na Doce Lar.
Com o marido, ela faz questão de fazer tudo junto, desde viajar a praticar esportes. Geminiana, orgulha-se de ser uma pessoa muito humanizada, mas confessa que tenta lidar com o seu autoritarismo. Faz musculação e natação e já teve coleção de bolsas: “Cheguei a ter 290, hoje me controlo mais”, brinca. Seu estilo é clássico e adora, claro, bolsas elegantes. Sua cor é o branco e perfuma-se com Mont Blanc.
Adora ler poesias de Vinícius de Moraes e recomenda o filme “Os 10 Mandamentos”. Das viagens para o exterior, adorou a arquitetura urbana de Milão, na Itália. Pelo Brasil, gostou da cultura de Gramado-RS. Seu sonho de consumo é viajar muito para descansar e, no futuro, seu projeto é criar um centro de convivência com várias atividades culturais e artísticas. Evangélica, frequenta a Igreja Metodista Livre e lê a Bíblia todos os dias. A filha do saudoso Calixto José da Rocha e de Dina Batista, de 94, diz que aprendeu com os pais a ser consciente com o dinheiro. Na vida, valoriza o crescimento perante os desafios. Sua frase: “A humanização derruba qualquer muralha que a vida impõe”.