Dono de um grande talento nas piscinas, o nadador mogiano Caíque Aimoré, 29, conquistou em outubro o pentacampeonato na disputa pelos 100m livre, na 10ª edição do Mundial de Natação para Síndrome de Down, em Portugal. O campeonato contou com a participação de mais de 200 atletas, de 23 países, e era o objetivo especial para ele. “Conquistar o pentacampeonato nos 100m livre era minha meta e voltar premiado com um troféu de melhor atleta do mundo foi além das expectativas, me deixou muito feliz pelo reconhecimento. Venci!”, comemora. Ao todo,
Caíque faturou seis medalhas de ouro e uma de prata no mundial. Mogiano que cresceu na Vila Rubens, lembra até hoje de uma excursão realizada para o PlayCenter, com a escola em que estudava. Graduado em Marketing pela Braz Cubas desde 2018, a paixão pela natação começou cedo, aos seis anos. Quando ganhou um troféu de terceiro lugar entre os melhores nadadores do Alto Tietê, percebeu ali o futuro: se tornar um atleta de alto rendimento.
Caíque Aimoré | Atleta
Dos 10 aos 15 anos, participava de torneios na região. Aos 16, ingressou na competição paralímpica, Circuito Loterias Caixa, o maior campeonato do Brasil, e ficou em terceiro lugar. No ano seguinte, já estava concorrendo em terras internacionais, foi convocado para participar de seu primeiro mundial e com 19 anos foi campeão. Em suas vitórias, o nadador já chegou até agora, à marca de 40 medalhas mundiais, sendo 23 ouros. Caíque mora no Socorro com a mãe e o irmão, Caiubi, de 36.
Mesmo com a rotina corrida, eles fazem questão de almoçar juntos quase todos os dias. Confessa que não sabe cozinhar, mas que ama comer. “Meu prato preferido é cheio e fundo”, brinca, para logo acrescentar que adora pizza. Sagitariano de 12 de dezembro, diz que é bastante organizado e que não sabe se mudaria algo de sua personalidade. Além de nadar, gosta de ouvir música coreana, de colecionar minibolas de Copa, camisas do Santos, seu time do coração, e lembranças dos países que visita. Seu estilo é esportivo, adora camisetas de super-herói, a cor preta e o perfume Quasar, de O Boticário. Prefere livros de personalidades da internet e o último que leu foi “Não faz sentido”, do Felipe Neto.
Na telinha, sua predileção vai para os filmes da Marvel. Já competiu em vários países, mas adorou conhecer Florença, na Itália. No Brasil, recomenda uma visita ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Seu sonho de consumo é conhecer a Coreia do Sul. “Gosto da cultura deles e quero experimentar vários pratos típicos”, justifica. Seu grande projeto é seguir treinando e torce para que a categoria Síndrome de Down seja incluída nas Paralimpíadas, para representar o Brasil e conquistar a medalha que falta. Filho de Denise Domingues, 59, aprendeu com a mãe a ter disciplina e a reconhecer a importância de ter a família por perto. A vida o ensinou a não desistir. Sua frase: “Não sei até onde vou, mas sei que tenho muito a conquistar”.