ONGs cuidam dos animais para dar dignidade a eles
No dia 31 de julho, comemora-se, no Brasil, o Dia do Vira-lata, termo usado para apelidar carinhosamente cães e gatos sem raça definida, provenientes de uma mistura de raças. A data tem o objetivo de promover a adoção responsável desses animais. Embora haja um crescente interesse pelos vira-latas, o número de animais em situação de vulnerabilidade ainda é grande: o Brasil tem, hoje, 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus-tratos, sob tutela de ONGs e grupos de protetores, de acordo com levantamento do Instituto Pet Brasil. Destes, 96% são cães e 4% são gatos.
Em Mogi das Cruzes, existem organizações que cuidam dos animais, com o objetivo de dar dignidade a eles. Uma delas é ONG FERA, que tem cerca de 150 animais disponíveis sob sua responsabilidade. Uma parcela (mais de 90% deles) entre cães e gatos, é formada por vira-latas – animais vítimas de atropelamento, abandono e/ou maus-tratos. “Nosso trabalho é cuidar de cães e gatos abandonados e prepará-los para um processo de reabilitação e socialização para, mais tarde serem disponibilizados para adoção. Não fazemos distinção de raça na realização de nosso trabalho, porém, no momento de adoção, o que percebemos e que às vezes prevalece é o interesse das pessoas por filhotes e por cães de raça. Nossa realidade é bem diferente, grande parte dos cães que ajudamos são sem raça definida, os famosos “vira-latas””, conta a artesã e voluntária da ONG FERA, Larissa Mesquita. “Quando você tem um cachorro de raça pura, já consegue saber muita coisa sobre o seu temperamento e características. Mas quando você adota um vira-lata, é como se você tivesse um filho. É muito diferente, é especial. É um relacionamento que se constrói aos poucos, um vai conhecendo o outro (tutor e animal) e cria-se uma conexão toda especial”, reforça Larissa.
De acordo com Renata Melo, cofundadora da ONG, os cães vira-latas têm inúmeros benefícios. “Por terem vivido nas ruas, os animais vira-latas são muito mais fiéis. Eles farão tudo para agradar o novo dono e serão gratos por qualquer gesto de amor, palhaçada, passeios e brincadeiras que você dedicar a eles”, afirma ela, creditando os animais SRD como mais resistentes. “Algumas raças puras têm predisposição a desenvolver certas doenças, dependendo da raça. Já o cachorro vira-lata quando devidamente vacinado e castrado tendem a ser mais resistentes a doenças e vivem por anos a fio. Isso sem contar a facilidade de adaptação a ambientes e pessoas, quando adotados”, completa Renata.
“Sem dúvida nenhuma, o cão vira-lata é a melhor opção para quem busca adotar um amigo, um companheiro e guardião. Além disso, adotar também é um ato de amor e solidariedade” , finaliza Renata Melo.
Os vira-latas são conhecidos pelo amor que dão aos seus tutores