Os artistas mogianos Rodrigo e Lucio Bittencourt mostram o processo criativo de suas obras em um documentário, com pré-lançamento marcado para o próximo dia 15 de dezembro, às 19h30, no Centro Cultural de Mogi das Cruzes. O evento é aberto ao público, com entrada gratuita, e acontecerá no auditório Wilma Ramos. O média-metragem, de Robson Regato e Lailson Santos, com imagens de Wallace Inácio, exibe a rotina de trabalho de pai e filho, desde o garimpo no ferro-velho até a criação das peças. “A arte de Lucio Bittencourt e Rodrigo Bittencourt” é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e foi contemplado pelo ProAC Direto/37 (Programa de Ação Cultural), com produção de Roberta Regato.
O filme é uma jornada visual que celebra a arte da escultura em sucata, uma expressão artística única que transforma materiais descartados em obras de arte esteticamente ricas e culturalmente significativas. Diferentemente de um documentário tradicional, “A arte de Lucio Bittencourt e Rodrigo Bittencourt” traz características peculiares dos diretores, que já vêm de uma parceria de longa data. “A narrativa do filme foi feita dentro da rotina dos artistas. Queríamos fazer uma coisa abstrata, mas que estivesse dentro da realidade deles, e isso é um atributo meu e do Lailson. Nossa ideia era mostrar a arte dos dois e todo o processo que a envolve e não fazer uma biografia em si. Então, investimos na riqueza das imagens, captadas em sua maior parte dentro do ateliê dos artistas, e buscamos uma linguagem dentro da própria arte”, conta o diretor e roteirista, Robson Regato.
O também diretor, Lailson Santos, explica que através de uma cinematografia envolvente, o documentário oferece uma perspectiva íntima sobre o processo criativo dos artistas e se destaca por sua rica fotografia, que captura com maestria a essência e a beleza das esculturas em sucata. “Cada cena é um testemunho da habilidade deles, iluminada por uma fotografia que eleva a arte a um novo patamar de apreciação visual. Como diretor de fotografia, minha abordagem foi capturar não apenas a beleza estética das esculturas, mas também a essência emocional e a paixão que os impulsionam. O objetivo principal deste documentário é destacar a habilidade extraordinária dos Bittencourt em dar nova vida a materiais considerados inúteis, criando esculturas que não apenas desafiam nossas percepções do que é possível na arte, mas também promovem uma reflexão sobre o impacto ambiental e a importância da reciclagem.”
Robson Regato e Lailson Santos também são autores do livro “Lucio Bittencourt”, lançado em 2019, pelo ProAC ICMS e da exposição virtual “Transformação – O poder da sucata”, de Lucio e Rodrigo Bittencourt, contemplado pelo ProAC Editais e está disponível na plataforma CulturaEmCasa. Ambos com produção de Roberta Regato.
O Centro Cultural de Mogi das Cruzes, onde será o pré-lançamento do documentário, fica na Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, 360, no centro da cidade. Mais informações pelo telefone (11) 4798-6988.
SOBRE OS ARTISTAS
Lucio Bittencourt, 70 anos, nascido em Mogi das Cruzes (SP), tem mais de quatro décadas de arte e já produziu cerca de 25 mil obras, centenas de exposições incluindo em países das Américas do Sul e Central e Europa. Tem monumentos espalhados por todo o Brasil, além das cidades de Lisboa, em Portugal, e Lyon, na França. Entre suas principais exposições ao ar livre, destacam-se duas na avenida Paulista e uma no Vale Anhangabaú, ambos em São Paulo, nos anos 1990, que fizeram de Bittencourt o único artista com tais realizações.
Em Araçariguama (SP), em 2016, foi inaugurado o Museu Lucio Bittencourt, com um conjunto de 22 obras instaladas no Parque Santos Dumont a céu aberto e acesso livre ao público. Na capital paulista, o “Guardião do Tietê”, instalado no Parque do Anhembi, e o “Pássaro”, na Assembleia Legislativa, são bons exemplos da importância da obra do artista.
Rodrigo Bittencourt, 42 anos, nascido em Mogi das Cruzes (SP), passou a infância acompanhando o trabalho do pai, até que decidiu assumir carreira profissional e dividir o ateliê com Lucio. Além do estilo notavelmente diferente do do pai, especializou-se na criação de esculturas monumentais que materializam a identidade cultural dos locais onde são instaladas. Atualmente, soma mais de 30 monumentos instalados no Estado de São Paulo e um em Goiás.