Mogi concentra belíssimas obras pictóricas do período colonial. Nas igrejas do Carmo, por exemplo, há quatro forros pintados de grandes dimensões e de grande valor cultural.
As edificações das igrejas datam do século XVIII, embora a construção primitiva seja do século XVII onde a documentos datados a partir de 1765.
Cada obra desses quatros forros foi realizada por um pintor diferente, sendo as da nave e capela com início do século XIX e as do vestíbulo da sacristia são por volta da segunda metade do século XVIII.
Segundo a Doutora em Artes Visuais, Danielle M. dos Santos Pereira, “a datação coligida dos documentos apontava ser obra pictórica de meados do século XVIII, ou seja, executada em meados do ano de 1750 para as festas em comemoração à Santa Tereza, na qual a igreja fora toda decorada e ricamente ornamentada, para a qual o pintor “desconhecido” Lourenço da Costa chamado de Santos para executar tais trabalhos”.
Dentre essa documentação foram constatados os seguintes dados:
- A pintura fora executada pelo pintor Lourenço da Costa;
- Fora a obra realizada em meados de 1750;
- Foi a única pintura salva da ruína nos idos de 1769 quando ruiu a primitiva capela;
- Lourenço da Costa circula/reside na cidade de Mogi das Cruzes entre os anos de 1750/1754, como foreiro da Câmara Municipal;
- Lourenço da Costa aparece realizando outros trabalhos de pintura entre os anos próximos a 1750. O artista faz encarne de obras para a igreja contígua e outras pinturas para a Câmara Municipal.
Ainda segundo Danielle, os resultados encontrados e apresentados, não deixam dúvidas que esse pintura tenha sido executada no período acima mencionado, uma vez que os pigmentos que a constituem, a presença de elementos orientalizantes, elementos fitomórficos e ainda a tipologia da pintura, foram os meios e as técnicas empregadas pelos pintores nos forros das igrejas setecentistas.
Fontes:
- Patrimônio Sacro na América Latina – Arquitetura/Arte/Cultura no Século XIX – Percival Tirapeli – Danielle Manoel dos Santos Pereira