Em 1980 o escritor e jornalista Isaac Grinberg lançava “Gaspar Vaz, Fundador de Mogi das Cruzes”, livro seminal para a compreensão e elucidação da polêmica sobre a fundação da cidade. Até há pouco tempo havia duas versões sobre quem realmente fundou Mogi: Brás Cubas em 1560 ou Gaspar Vaz em 1611. Outros historiadores já tinham Gaspar Vaz como fundador da cidade: Dom Duarte Leopoldo e Silva em seu “Notas da História Eclesiástica” (1936) e Jair Rocha Batalha em “Calhaus e Burgaus” (1958).
Vejamos como tudo começou! Dom Francisco de Souza chegou a São Paulo como governador geral em maio de 1599. Como ele procurava os caminhos de ouro e prata, suas vistas logo se voltaram para os lados do Tietê e do Paraíba. Suas primeiras empreitadas, as bandeiras de André de Leão e de Nicolau Barreto, dão bem a ideia e determinação do governador geral.
Pensando nisso, Dom Francisco de Souza determinou a Gaspar Vaz a abertura de uma estrada ligando São Paulo a essas paragens. Assim, a partir de 1601, paulistanos foram se mudando para cá por razões, como serem proprietários de terras para plantar, o que era impossível em São Paulo, já que toda área já tinha dono; localizar-se um novo núcleo que acreditavam ser o caminho das minas e encontrar-se próximo ao litoral.
Assim os primeiros moradores da futura Mogi foram chegando: Gaspar Vaz em 22 de setembro de 1608, Francisco Vaz Coelho em 25 de janeiro de 1609, Domingos Agostim em 22 de dezembro de 1609, Brás de Pina e Gaspar de Pina em dezembro de 1609, Padre João Álvares em 20 de março de 1610 e Antonio Fernandes em 1610.
A Vila foi crescendo e, a pedido de Gaspar Vaz e desses moradores influentes do povoado, o governador Dom Luis de Souza (filho de Dom Francisco de Souza, morto em 10 de junho de 1611), proferiu despacho em 17 de agosto de 1611 criando a vila de Santa Anna das Cruzes de Mogy.
O despacho chegou e, segundo o portador, o Capitão da Capitania representando o governador estaria presente na inauguração e a data já estava marcada: dia 1 de setembro de 1611.