A Semana



Os primeiros religiosos em Mogi

Na época colonial, ou seja quando o Brasil foi descoberto e vieram as primeiras missões, a função da igreja aqui era catequizar, vestir, civilizar, aldear em reduções e proteger dos bandeirantes. Eram tarefas que aconteciam simultaneamente e eram assumidas como a missão da igreja católica. Os jesuítas se empenharam em submeter os indígenas aos rigores do trabalho metódico, aos horários rígidos, ao latim e à monogamia.

Dessa forma a igreja fazia parte de toda a vivência da população. O sentimento de religiosidade do povo naquela época era indiscutível. Cerimônias religiosas, o culto as procissões, dominavam completamente a vida de todos.

Mas, felizmente para nós, na Vila de Santana de Mogi, a Inquisição, que vigiava Portugal desde 1537 não chegou por aqui.

Na época em que Mogi foi elevada a vila morava aqui, mais especificamente em Itaquaquecetuba, que fazia parte de Mogi, o padre João Alvares, que deixou de ser vigário de São Paulo para aqui viver e plantar milho. Mas o primeiro vigário realmente em Mogi foi o Padre Gaspar Sanches que aparece pela primeira vez na ata da sessão da Câmara de 31 de março de 1624.

Em 3 de dezembro de 1629, era autorizado a construção de um Convento do Carmo em Santana de Mogi Mirim. A Câmara concedeu uma gleba de terras para a construção das igrejas e o Frei João da Cruz nomeou os primeiros frades que vieram residir em Mogi: Frei Manoel Pereira e Frei Sebastião da Encarnação.

Aliás quem decidiu onde seria a construção das Igrejas e Convento do Carmo foi Gaspar Vaz.
Os religiosos que aqui chegaram escolheram uma área que pertencia a José de Bulhões e tinha “ointenta ou noventa braças de chãos”. A fim de solucionar a questão, Gaspar Vaz permutou-a com outra, de sua propriedade, que tinha “cento e setenta braças”. Bulhões ficou com a área de Gaspar Vaz e este deu a área de Bulhões ao Carmo. Mas adiante Gaspar Vaz e Jerônimo Rodrigues doaram mais terras ao Carmo e assim ela tem o tamanho que chegou até os nossos dias.

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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