A cena é comum: corpos padrão, magros, de pele branca, barriga chapada, bumbum definido e pernas torneadas. A imagem está estampada na televisão, nas revistas e jornais, nos comerciais e nas redes sociais.
Esse modelo de corpo é uma construção social ainda muito enraizada no Brasil, é considerado um padrão de beleza a ser seguido. E é esse padrão que se torna uma das principais causas de transtornos alimentares como anorexia nervosa ou bulimia.
E o problema é sério: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,7% da população brasileira sofre com esses distúrbios, principalmente jovens mulheres. A ocorrência da anorexia, da bulimia nervosa e da compulsão alimentar entre as mulheres está diretamente ligada à busca para se encaixar nos padrões estéticos estabelecidos.
Para Vanessa Sasai, pós-graduanda em Dependência Química, mas também com foco em outro tipo de desequilíbrios, essa patologia de comportamentos alimentares afeta negativamente não só a saúde física como também a mental. Ela ressalta consequências extremas: “Há riscos de desenvolvimento de obesidade, recusa em manter o peso e um medo exagerado de ganhar peso, reforçado com dietas calórico-restritivas”, alerta.
Vanessa reforça que a questão emocional é muito presente nos distúrbios alimentares. “Normalmente, essa instabilidade decorre de traumas desenvolvidos na adolescência, ou mesmo na infância”, explica Vanessa, que também é esteticista, psicoterapeuta e pós-graduada em Psicanálise e Nutrição.
A profissional destaca a importância da terapia dentro do tratamento multidisciplinar que um paciente com transtorno alimentar necessita. “É necessário que haja uma boa anamnese, com o histórico alimentar do paciente, para fazer um diagnóstico preciso. Vale lembrar que junto com os transtornos alimentares pode ocorrer depressão, ansiedade e stress”, acrescenta.
