O dia 8 de junho de 1972, uma quinta-feira, ficou marcado para sempre na memória dos mogianos.
Eram 6h50 quando a litorina UPE-2 saiu da estação Roosevelt em direção a Mogi das Cruzes naquela manhã de neblina. Era o trem dos estudantes, lotado de universitários das faculdades Braz Cubas e OMEC que pagavam 80 centavos para chegar mais rápido em Mogi ao invés de pagarem 45 centavos nos trens de subúrbio.
A viagem transcorria normalmente quando logo após a estação de Suzano, faltou energia e o trem parou. Quando acontece isso o encarregado de dar licença para a passagem de um trem deveria ter comunicado ao trem seguinte, no caso a composição Diesel SP-2, que o trem dos estudantes estava parado entre as estações de Suzano e Jundiapeba. Mas parece que esse encarregado não estava em seu posto. Sem receber qualquer comunicação contrária a sua rotina, o maquinista da Diesel SP-2 certo que a linha estava desimpedida continuou sua rota após passar por Suzano. E o inevitável acontece.
Não houve tempo para frear, o trem Diesel chocou-se contra o último vagão do UPE-2 atravessando até a metade deste.
No quarto vagão, como o impacto foi bem menor, os estudantes desceram pela porta e trataram de socorrer os feridos. A cena era impressionante, pessoas em cima de outras, corpos esmagados, parte de membros espalhados pela linha.
Assim, o primeiro grupo de socorro foi formado por estudantes da Faculdade de Medicina de Mogi, outros grupos surgiram depois. Logo chega o primeiro socorro móvel, um caminhão que passava na hora do acidente. Forraram a carroceria com lona e sobre ela colocaram os mortos e feridos para levarem aos hospitais da região.
O maquinista do trem dos estudantes Eloy Binttencourt foi para casa traumatizado, não conseguiu nem ajudar na remoção dos mortos e feridos.
Mas a tragédia poderia ter sido muito maior se o choque dos trens acontecesse a 500m mais adiante. Ali existe uma ponte sobre o rio Tietê, onde o choque poderia capotar o vagões para o rio e certamente o número de vítimas fatais seria bem maior.
O governador Laudo Natel mobilizou todos os recursos possíveis para ajudar os feridos do acidente.
Mais tarde, com todos os feridos em vários hospitais, começava por volta das 18h20 a desobstrução dos trilhos. Grande guindastes acionados por locomotivas começaram a levantar os pesados destroços dos vagões.
As faculdades de Mogi decretaram três dias de luto e suspenderam as aulas, além de prestarem homenagens às vitimas.
No total de vítimas, 18 mortos e 66 feridos.
Fontes
- Acervo do jornal O Estado de São Paulo de 9 de junho de 1972