Produtores rurais da região de Jundiapeba, Quatinga e Chácara dos Baianos perderam grande parte das suas plantações com as chuvas dos últimos dias. De acordo com a agricultora Simone Silotti, do projeto #FaçaUmBemIncrivel, que atende os agricultores daquela região, grande parte da produção estava a ponto de colheita. “Muitos perderam absolutamente tudo. Agora, leva de 60 a 90 dias para retomar o ponto de colheita”, disse. E o problema segue: com a terra encharcada, o plantio fica inviável. “Para replantar, antes precisa desencharcar o solo, pois se colocar uma semente ou muda agora, ela apodrece ou fica sujeita a fungos e pragas”, lamenta Simone.
Alguns agricultores mantêm as produções perto do rio Jundiaí. Segundo eles, é necessário que se faça um serviço de desassoreamento do rio e outras melhorias na região. Eles pedem também algum auxílio emergencial.
A Prefeitura de Mogi das Cruzes informou, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana, que está trabalhando para a melhoria da infraestrutura da região oeste do Oropó e que concluiu ações de manutenção e limpeza em todas as valetas e córregos daquela área em dezembro de 2022. Para este atendimento emergencial, a Prefeitura trabalha junto ao Governo do Estado para o desassoreamento do rio Jundiaí no trecho que passa pelos bairros da região oeste da cidade. Os recursos estão garantidos e a previsão é que os serviços sejam iniciados ainda neste primeiro semestre.
Seguro Rural
A prefeitura esclareceu ainda que Mogi é uma das cinco cidades brasileiras que tem o Seguro Rural, com o objetivo de minimizar os efeitos climáticos sobre a produção agrícola. Ao contratar uma apólice de Seguro Rural, o produtor pode minimizar suas perdas ao recuperar o capital investido na lavoura em casos de problemas causados pelo clima. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece ao agricultor a oportunidade de segurar sua produção com custo reduzido, por meio de auxílio financeiro da Administração Municipal, ao lado de subvenções já garantidas pelos Governos Federal (que contribui com 40%) e Estadual (30%).
Cooperativas
O engenheiro agrônomo do Sindicato Rural de Mogi, Bruno Takahasi, explica que a drenagem do solo é importante para evitar danos maiores com as chuvas. O processo remove o excesso de água e melhora as condições para o desenvolvimento das plantas. No entanto, ele admite que a técnica é cara e que pode não estar ao alcance de todos os produtores da região.
Ainda assim, ele cita a importância das cooperativas, sociedades de agricultores e associações locais para fortalecer os negócios e criar uma rede de ajuda em situações deste tipo, inclusive, com a aquisição de maquinários específicos para trabalhos de drenagem que podem ser usados pelos associados.