Já no comando com Antonio e Tereza, a padaria Estrela continuava a todo vapor nos anos 60. Mogi era uma cidade agradável, recebia muitos visitantes, até o Corinthians se concentrava aqui. Tereza cuidava da cozinha e atendia os clientes enquanto Antonio cuidava da parte administrativa.
Nos anos 70 Mogi já sentia os efeitos da industrialização, a forte concorrência das padarias e principalmente o crescimento de uma novidade chamada lanchonete.
Além de tudo isso, Antonio e Tereza tinham que lidar com o problema do aluguel. O valor cobrado pelo prédio onde funcionava a padaria aumentava no ritmo do crescimento de Mogi.
O cunhado de Antonio, Armando, tinha uma lanchonete frequentada por estudantes da Omec (Organização Mogiana de Educação e Cultura) hoje a conhecida e tradicional UMC, Universidade de Mogi das Cruzes. E foi esse cunhado que deu a ideia de transformar a padaria Estrela na Lanchonete Estrela.
Antonio não se entusiasmou muito com a ideia mas, mesmo assim, vendeu um sítio de sua propriedade para ajudar na reforma e deu carta branca ao Armando para comandar o processo de transição da padaria para lanchonete.
Assim, pela primeira vez, depois de muitas décadas, a padaria do nº 440 da rua José Bonifácio amanheceu com as portas fechadas.
A reforma, que durou pouco mais de um mês, foi modesta, mas suficiente para fazer a Estrela funcionar como uma espécie de padaria e lanchonete ao mesmo tempo.
Pouco tempo depois a Estrela já era a melhor lanchonete de Mogi. Com seus lanches fartos, eu mesmo não conseguia comer um X-Salada inteiro, o talento e a imaginação de seus donos e o misterioso sabor de sua maionese, receita que dona Tereza manteve guardada a sete chaves, a Lanchonete Estrela tornou-se uma referência em Mogi das Cruzes.
Agora mais uma mudança com a marca Estrela nos potes de maionese vendidas nos principais supermercados da cidade e a lanchonete mudou seu nome para Dona Maiô…
Fontes
- Encanto e Sabores – Estrela Lanchonete e Choperia 65 anos – 2013
- História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961