Nascido em 27 de março de 1916, Antonio da Fonseca veio de Portugal, ainda criança, com seus pais Jose da Fonseca e Laura da Purificação Fonseca fugindo da guerra. Criado na Rua Boa Vista em São Paulo, teve uma infância comum a todos de sua época. Seu pai faleceu cedo e sua mãe tinha, na época uma loja de tecidos trazidos da Ilha da Madeira.
Antonio da Fonseca casou-se com Maria Aparecida da Fonseca e tiveram os filhos Cleide, Jose, Walkiria, Vilma, Wanderley, João, Wilson e Henrique.
Já em Mogi das Cruzes, morou por muito tempo numa casa na avenida Vol. Fernando Pinheiro Franco.
Com a criação da loja A Triunfante, na praça Firmina Santana esquina com a Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, trouxe o primeiro aparelho de televisão de Mogi das Cruzes, uma novidade para a época.
A loja tinha 8 portas e apenas um pavimento nos anos 40. Chegou em meados dos anos 50 com um prédio de 3 pavimentos e muito vidro. Era o Mappin local, uma referência ao emblemático magazine da Praça Ramos de Azevedo, em São Paulo.
Do outro lado do balcão, sorriso contido, um senhor calvo, de estatura mediana que levava o negócio como se fosse sua vida. Era Antonio da Fonseca, ou o “Toninho da Triunfante”.
De seu estoque saíram os primeiros receptores de TV que a Cidade conheceu. Eram o Admiral de 17 polegadas com rádio acoplado ou Telefunken. Tinham seletores de canal em formato de circunferência à direita do painel sob a tela. À esquerda, o seletor de volume. Todos sintonizavam o Canal 4, TV Tupi de São Paulo, do pioneiro Assis Chateaubriand. Sintonizavam, registre-se, é força de expressão: as transmissões, em preto e branco, não deixavam ver mais do que alguns fantasmas e muito chuvisco.
E era também o tempo da contabilidade manual e das compras por carnê. Valia a palavra e o conhecimento. A cada mês, o cliente comparecia à loja, pagava a prestação e recebia recibo firmado pelo próprio Antonio Fonseca, sobre estampas do tesouro estadual.
A Trinfante imperou soberana entre as décadas de 1940 e 1950. No final dos 50, enfrentou a concorrência das lojas Belver, Hélio Borenstein, Casa Imperial e Urbano & Cia., onde a loja fechou restando o enorme nome A Triunfante na calçada da loja onde está até hoje.
Antonio da Fonseca faleceu em 30 de outubo de 1998.
Fontes:
- Entrevista com a neta de Antonio da Fonseca, Andrea Fonseca.