A Semana



Entidades da região pedem compromisso a candidatos eleitos

A busca por ações que promovam a reindustrialização e a inovação da indústria paulista e brasileira é a principal expectativa traçada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) Alto Tietê para o presidente eleito Lula e o futuro governador Tarcísio de Freitas. Para a entidade, os investimentos nessas metas são urgentes no momento em que o Brasil caminha para a retomada econômica.

José Francisco Caseiro, diretor do CIESP Alto Tietê, ressalta que ao longo dos anos, o Estado e o País vêm perdendo competitividade no mercado mundial, em parte pelas políticas macroeconômicas que desestimulam novos negócios. “As reformas administrativas precisam ser efetivadas junto com ações que viabilizem linhas de crédito e investimento para a indústria. Nosso País concentra uma das maiores cargas tributárias do mundo, o que engessa a competitividade das indústrias, afugenta investidores e impede injeções de recursos mais robustos em áreas essenciais, como de tecnologia e inovação”, detalhou.

Para o diretor, é fundamental que não ocorram rupturas drásticas nos projetos em desenvolvimento e, na esfera nacional, essencial que o presidente eleito efetive o discurso de promover a reindustrialização e de criar um conselho de desenvolvimento.

“É preciso ter em mente que, para esta gestão, Lula não terá o mesmo cenário dos seus mandatos anteriores, quando navegava em mar de almirante, já que o novo Congresso Nacional tem maioria formada por políticos de centro-direita”, observou o dirigente. “Mas esperamos que questões pessoais e partidárias não prevaleçam sobre o bem maior, que é o Brasil”, acrescentou.

O Alto Tietê concentra um dos principais parques industriais do Estado, o que mostra sua potência e representatividade, especialmente, quando o assunto é a diversidade produtiva. Por isso, o diretor do Ciesp destaca que é preciso criar mecanismos que aumentem a atratividade e a ampliação dos negócios, assim como o fortalecimento da educação pública para qualificar a mão de obra.

“É importante que o novo governador mantenha os convênios com as cidades da Região, em especial, no que se refere aos investimentos na infraestrutura, como melhoria de transporte público por meio da adequação das estações, a recuperação da malha viária e investimentos em novos acessos, principalmente, no Taboão, que tem a maior área de Zona de Uso Predominantemente Industrial (ZUP 1) da Região Metropolitana”, destacou.

Por fim, Caseiro defende o debate de políticas industriais modernas, alinhadas às experiências internacionais. “A tecnologia e a sustentabilidade devem ser a base deste processo, para que a indústria cresça, gere empregos, impostos e renda para o desenvolvimento das cidades e Região”, concluiu.

Comércio

Desenvolvimento e fortalecimento do comércio: é o que a diretoria da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) espera da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito com 60 milhões votos, dos quais 105 mil em Mogi, e do novo governador paulista Tarcísio de Freitas, que chegou ao Palácio dos Bandeirantes com 13 milhões de votos, sendo 129 mil depositados pelos mogianos.

A presidente da ACMC, Fádua Sleiman, avalia que o comércio precisa de ações que colaborem para a recuperação do setor no pós pandemia. “Alguns indicadores, como a prévia PIB, que registrou uma alta de 1,2% no segundo trimestre deste ano, apontam para uma melhora na economia. Mas não podemos esquecer que o comércio foi um dos setores mais impactados pela pandemia, especialmente em São Paulo, um dos principais epicentros da Covid-19, que em decorrência das ações para evitar a disseminação do vírus, foi um dos últimos estados a suspender as restrições sanitárias, o que impactou a circulação de pessoas tão necessária para o setor”, analisou.

No âmbito nacional, a entidade aguarda que as reformas administrativas, principalmente a tributária, possam ser colocadas em prática pelo presidente eleito. “Ainda temos muitos empresários que estão se recuperando das perdas acumuladas e precisam de um fôlego para conseguir saldar as dívidas, voltar a investir e consequentemente, gerar empregos e renda”, destacou.

A alta carga tributária paulista também está no centro das atenções da Associação Comercial. “Durante a pandemia tivemos o aumento do ICMS para alguns segmentos, o que impacta os custos para os comerciantes. Sabemos que os impostos têm papel importante para gerar desenvolvimento social, mas avaliamos que algumas mudanças podem ser benéficas para movimentar a economia. Outro ponto que pode ser revisto é a política de substituição tributária do Estado, que onerou, especialmente, os pequenos empresários”, avaliou a presidente.

Fádua acrescentou que a ACMC, em conjunto com a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), continuará cobrando ações que apoiem o setor. “Agora, nossa luta é pela ampliação do teto do Simples, que tem o objetivo de reduzir a informalidade e colaborar para uma recuperação mais ágil de nossa economia”, disse.

Redação

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