Os cuidados com a boca vão além da saúde bucal, eles previnem diversas complicações, incluindo doenças cardíacas. A endocardite bacteriana – inflamação do revestimento interno do coração – é causada pela higiene bucal inadequada e pode gerar graves consequências, até mesmo a morte. No Dia Mundial do Coração, lembrado nesta quinta-feira (29), a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas Regional de Mogi das Cruzes (APCD RMC) reforça a importância de fazer a manutenção correta da boca e manter as visitas ao dentista em dia.
De acordo com dados do Instituto do Coração (Incor), cerca de 45% das doenças cardíacas e 36% das mortes por problemas do coração tem sua origem na cavidade bucal. A boca é abrigo para diversas bactérias. Para se ter uma dimensão, em apenas um mililitro de saliva existem mais de 150 milhões delas, que podem acessar a corrente sanguínea. Quando esses organismos encontram pela frente uma válvula ou tecido danificado do endocárdio – tecido que reveste o coração – elas se multiplicam, podem destruir as áreas do órgão, comprometendo assim o seu funcionamento e gerando a endocardite.
“Em 40% dos casos, a endocardite tem sua origem na boca. Uma gengiva inchada, avermelhada e que sangra, é um sinal importante, assim como dentes sensíveis e cariados, além do mau hálito, que é gerado por hábitos inadequados. São justamente as bactérias presentes nesses cenários que podem causar a doença cardíaca”, alertou o vice-presidente da APCD RMC, Alexandre Balbi.
A cada ano são diagnosticados cerca de 150 mil novos casos de endocardite, doença que atinge duas vezes mais homens que mulheres. “Sabemos que a infecção costuma acometer os pacientes com histórico de problemas cardíacos, como cardiopatias congênitas ou adquiridas, portadores de marcapassos ou de próteses valvares. Por essa razão, os cirurgiões-dentistas precisam ficar atentos na hora de fazer a anamnese e estabelecer o plano de tratamento para evitar intercorrências e complicações”, destacou o diretor.
Entre os sintomas mais comuns da endocardite estão fraqueza, suor noturno, perda de peso repentina, febre constante, além de dor torácica, tosse, frequência cardíaca oscilante entre moderada e acelerada. O tratamento da doença é feito com base em antibióticos. “Para prevenir a endocardite é importante fazer a higiene correta da boca e as visitas constantes aos cirurgiões-dentistas”, orientou Balbi.