A Semana



Simplesmente Willy – 1

Domingo, 22 de agosto de 2021, Mogi das Cruzes acorda com a pior notícia que se poderia receber. Falecera Willy Damasceno aos 71 anos e em plena atividade.

Willy, o grande colunista, jornalista, empresário e amigo querido, já estava alinhavando uma festa black-tie para dezembro e eu já correndo atrás de um smoking. Foi um baque para uma legião de amigos que até hoje, como eu, custam a acreditar que ele se foi, saíu à francesa como lhe era peculiar. Lembro bem, na festa de comemoração dos 21 anos do jornal A Semana, no Clube de Campo, quando ele, mais uma vez, usou desse artifício. Levantou-se da mesa e só disse: “Rouxi, avisa o pessoal que fui” e nem esperou eu responder, simplesmente se virou e saiu… O pessoal em questão era Rose Odashima e Adriana Reis que estavam em nossa mesa.

Willy chegou em Mogi das Cruzes em 12 de julho de 1975, aliás dia do seu aniversário, como cabeleireiro, virou colunista social e impôs seu ritmo e estilo.

Nasceu em Quixeramobim no Ceará, mas foi criado em Arujá, São Paulo, até os 12 anos. Aí foi estudar no colégio interno Nossa Senhora de Mont Serrat em Baependi, Minas Gerais. Aos 14 anos foi para Pindamonhangaba onde terminou o primário e começou o ginásio, acabou voltando a Arujá onde terminou o ginásio.

Em Arujá, sem saber o que queria da vida, resolveu estudar no seminário em Aparecida onde ficou por três anos.

Não se acostumando ao seminário, com 20 anos resolveu ir para o Rio de Janeiro onde trabalhou no escritório, como uma espécie de office-boy, de um dos mais famosos advogados da época da cidade, Dr. Edmundo Lima. Mais uma vez percebeu que não era aquilo que queria da vida, resolveu fazer um retiro espiritual no Mosteiro de São Bento, isso já em 1971.

Em 1972 voltou para São Paulo, onde fez um curso de cabeleireiro no Theruya. Acabou, através de uma amiga, indo trabalhar no Beca, na época, um dos melhores salões de cabeleireiros de São Paulo. Aprendeu a lavar cabelo e fazer escova, trabalhava bastante, das oito da manhã às 11 da noite. Fêz plástica nas orelhas de abano, depois foi trabalhar num salão em Americana por três meses.

Foi para Buenos Aires de carona e na volta, em Arujá, disse a sua mãe que não sabia o que fazer da vida.
Resolveu vir para Mogi e ir trabalhar no salão de cabeleireiro da amiga Ivone que tinha conhecido em Americana. A clientela, da alta sociedade, como Nair Grinberg, Helena Chermann acabavam o convidando para festas e tal.

Continua…

Fonte

  • Revista Ato nº 16 – Janeiro/Fevereiro de 1984
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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