A Semana



Mogi das Cruzes e a Revolução Constitucionalista de 1932

Para se começar a entender a revolução constitucionalista de 1932 precisamos voltar a 1930 quando Getúlio Vargas voltou ao poder tirando os antigos grupos políticos da Primeira República, no caso de São Paulo, os cafeicultores que perderam todas as regalias e privilégios que tinham no governo.

Com Getúlio no poder, aqui em Mogi, o jornal “A Vida”, órgão do Partido Republicano Paulista, que foi dominante durante a república velha, deixa de existir. No lugar dele entra “O Liberal”, jornal ligado ao diretório do Partido Democrático que dava sustentação em São Paulo ao governo de Getúlio Vargas. Instala-se na cidade (1930) a Legião Revolucionária dedicada a concretizar a revolução em São Paulo

Com a revolução há conflitos de rua e um episódio marca Mogi quando a casa do Dr. Deodato Wertheimer, representante local do PRP, é invadida e os móveis são atirados para fora e incendiados.

Em 17 de julho de 1932, o Cel. Eduardo Lejeune, prefeito de Mogi das Cruzes, deixa o cargo para se incorporar à forças constitucionalistas assumindo em seu lugar o prof. Emilio Augusto Ferreira e com o decreto 5.584 assume a prefeitura o Delegado Técnico Dr. Francisco Teixeira da Silva Teles.

No dia 11 de agosto deste mesmo ano morre o cabo Diogo Oliver e três dias depois em combate na zona norte de São Paulo morre o voluntário Fernando Pinheiro Franco.

Também em agosto é organizado em Mogi a comissão da Companha do Ouro para o bem de São Paulo, comissão essa formada por cidadãos ilustres da cidade, entre eles o Pe. Cícero Revoredo, Prof. Aprígio de Oliveira, Alvarino Bessa, Dr. Jaime T. da Silva Teles, Dr. Gastão Pereira de Souza, Manoel Pacheco, Dr. Deodato Wertheimer, José Cury Anderi, Prof. Benedito Borges Vieira e Joaquim de Sá.

Em 27 de setembro é assinado o Ato nº 84 que homenageia o mogiano morto em combate com o nome de Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco à Avenida São Paulo.

Cerca de duzentos e trinta jovens voluntários de Mogi das Cruzes foram para o “front” lutar contra as tropas de Getúlio Vargas. Destes, quatro morreram em combate: Fernando Pinheiro Franco, Cabo Diogo Oliver, Jair Fontes de Godoy e José Antônio Benedito.

Fica aqui nossa homenagem a esses verdadeiros heróis de Mogi das Cruzes.

Fontes

  • História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961
  • Caminhos Antigos – Angelo Nanni e Antonio Sérgio Damy
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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