A Semana



Origem do nome Mogi

“Mogi” é um nome que tem como origem a língua tupi antiga: significa “rio das cobras”, através da junção de moîa, mboîa, “cobra” e ‘y, “rio”, referindo-se ao rio Tietê, o qual cruza Mogi. Ao longo dos anos, a grafia M’Boijy, que significa rio da cobra, foi alterada para Boigy, depois para Mogy, Moji e finalmente para Mogi.

Segundo as normas ortográficas da língua portuguesa, este topônimo deveria ser grafado Moji pois prescreve-se o uso da letra “j” para a grafia de palavras de origem tupi-guarani. Assim, tanto o dicionário Houaiss como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística usam a grafia Moji. Historicamente, no entanto, o uso mais comum, é Mogi para o nome da cidade.

Já o “das Cruzes”, diz o saudoso Jurandyr Ferraz de Campos é um nome originalíssimo e caso único na toponímia brasileira.

Qual a explicação então para o emprego do “das Cruzes” no nome Mogi? Segundo Dom Duarte Leopoldo e Silva em seu livro Notas da História Eclesiástica, a mais aceita seria:

“no depoimento de Antonio Mendes de Mattos, juiz ordinário, que foi da villa de Mogy e nella residente desde 1625, se vê que os oficiaes da Câmara iam, todos os anos, a Imbiassica e Itupeva ou Itapema tomar posse do terreno, e plantando uma cruz, por marco, cada vez que o rumo se desviava ou infletia para outra direção. Continuando nesse sistema de assignalar as divizas do termo, plantaram os oficiaes da Câmara, em 23 de outubro de 1653, nada menos que treze cruzes, entre Mogy e São Paulo, sendo de supor que o mesmo tenham feito para os lados do Parahyba, pouco além da Freguezia da Escada. Parece, pois, admissível, que, assignalado desde os primeiros tempos o termo da nova villa com tantas cruzes, que lhe serviam de marcos divisórios, dessa circunstância teria provindo a denominação Santa Anna de Mogy das Cruzes, e finalmente Mogy das Cruzes”.

Além disso, temos Isaac Grimberg em seu livro História de Mogi das Cruzes que nos conta que o “das Cruzes” já era empregado em 1625, quando uma ata de vereança começava da seguinte forma:

“Hem os oyto dias do mês de marso de mil e seis sentos e vinte e esinco anos nesta villa de santa ana das cruzes nas pousadas do juis…”

Espero ter contribuído, com esse pequeno texto, dar luz as nova gerações sobre a origem do nome de nossa cidade e plantar a semente da curiosidade para que busquem, pesquisem e estudem a história de Mogi das Cruzes.

Fontes:

  • História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961
  • Santa Anna das Cruzes de Mogi, Huma villa de Serra aSima – Jurandy Ferras de Campos – 1978
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Mogi_das_Cruzes
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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