A vida de nossos antepassados naquela Mogi antiga era a mais simples possível. Enquanto os homens trabalhavam fora e as mulheres cuidavam da crianças, da casa, na fabricação de doces, tapetes, tecidos, etc…era uma labuta sem fim.
E o divertimento?
A vida monótona de todos os dias só era quebrado quando algum acontecimento como casamento, nascimento, doença ou falecimento ou uma festa sacra chamava a atenção do povo.
Havia três procissões principais por ano: Corpus Christi, Visitação de Nossa Senhora e Anjo da Guarda ou Anjo Custódio do Reino, festa móvel celebrada no terceiro domingo de julho.
Outra diversão daquela época era os banhos nos rios, coisa de índio que os colonos também aprenderam. Não havia livros e música apenas aquela de Portugal ou de “cururu”, nascido em Sã Paulo, “numa fusão de elementos da música dos brancos e da música dos índios”, segundo Ernani Silva Bruno.
“Essas cantigas de índio que eram todas melancólicas de cururu e de cateretê, foram adotadas junto com as suas danças para as festas do Divino Espírito Santo, de São Gonçalo, de Santa Cruz, de São João e Senhora da Conceição”, diz Ernani Silva Bruno.
E a economia naquela época?
Em Mogi, assim como em todo Brasil daqueles tempos, já se faziam móveis, fiavam algodão, fabricavam marmelada, curtiam couro, produziam sapatos, roupas, cerâmica, pinga, açúcar, milho, canoas, etc…
Numa reunião da Câmara de Mogi em 3 de julho de 1627, a vila de Mogi tinha 16 anos, e o procurador do Conselho requereu que os oficiais que trabalham em seus ofícios nesta vila, que venham à próxima sessão, com suas tabelas de preços, suas medidas ou pesos, para serem fiscalizados…
Além do povo da vila que trabalhava e fabricava seus utensílios, os índios também fabricavam cuias, potes, samburás redes e canoas de casca de árvore, colher mel e cera para a feitura de velas, círios de confraria, brandões, candeias de alumiar e tochas de enterramento. Já as índias faziam cerâmica amassando o barro, misturando cinza e produzindo os vasos para uso doméstico como panelas, camocins funerários, fiando ou tecendo algodão, chapéus de feltro e botas de couro.
Fontes:
- Mogi das Cruzes de 1601 a 1640 – Isaac Grinberg – 1981
- São Paulo nos Primeiros Anos – Affonso Taunay – 1920
- Histórias e Tradições da Cidade de São Paulo – Ernani da Silva Bruno – 1953
- Vida e Morte do Bandeirante – Alcântara Machado