Aluna de 19 anos e Universidade desenvolem projeto sobre problemas cardíacos
Após observar melhorias significativas em 58 participantes, a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) planeja estender sua pesquisa revolucionária para instituições parceiras e centros de saúde no Brasil e ao redor do mundo.
Com uma pesquisa exclusiva e resultados promissores sobre a Síndrome de Taquicardia Ortostática Postural (POST), uma condição frequentemente observada em pacientes recuperados da covid-19, a UMC foi convidada a apresentar suas descobertas na 51ª Conferência Internacional de Computação em Cardiologia. O evento foi realizado entre os dias 8 a 11 de setembro na cidade de Karlsruhe, Alemanha, e reuniu especialistas de todo o mundo para discutir avanços tecnológicos e científicos na área da cardiologia.
A participação da UMC foi um marco importante, contribuindo significativamente para o avanço do conhecimento e tratamento de condições cardíacas pós-pandemia. A Síndrome é uma condição em que a frequência cardíaca de uma pessoa aumenta significativamente quando ela se levanta. Isso pode causar sintomas como tontura, desmaio e palpitações, entre outros sintomas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas desenvolvem condições pós-covid. Estudos internacionais indicam que o POTS afeta aproximadamente 0,1% a 1% da população mundial. Essa condição é mais comum em mulheres jovens, geralmente entre 15 e 50 anos.
O projeto foi desenvolvido pela aluna Ana Letícia Gomes dos Santos, de 19 anos, do curso de Biomedicina, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da UMC, com orientação do professor Daniel Gustavo Goroso, do Programa de Engenharia Biomédica da UMC, e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O monitoramento da Frequência Cardíaca (FC) é mensurado pelo aplicativo desenvolvido pela UMC, o FLEEM System, em forma remota com relógios inteligentes, seguido do cálculo da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). Os dados do paciente são enviados para um computador, em que são processados e analisados. O projeto ajuda tanto no diagnóstico como no pré-diagnóstico de futuros problemas cardiovasculares. O aplicativo desenvolvido consegue identificar essa arritmia prévia no paciente, e encaminhá-lo para um atendimento médico. “Participar de uma conferência como essa é incrível para agregar meu currículo. Graças a UMC, conheci o professor Daniel, que me deu total apoio para o desenvolvimento desta pesquisa. Desejo participar, além deste congresso, também de outros projetos internacionais e seguir minha carreira na pesquisa”, disse a aluna Ana Letícia.
O aplicativo já está sendo utilizado na Policlínica da UMC, em Mogi das Cruzes, para testes clínicos em pacientes de pesquisa. Pessoas que tiveram covid-19 e que sentem sintomas, podem comparecer à clínica para participar gratuitamente da pesquisa. O aplicativo já foi testado em 58 participantes de diversas cidades e estados do Brasil. A expectativa é que até o final do ano, o projeto possa ser expandido para outras unidades do Brasil e do mundo.
O professor Daniel Gustavo Goroso, líder da pesquisa, comenta que: “Foi extremamente recompensador levar o nome da UMC para o principal fórum de Computação em Cardiologia do mundo. Ter a oportunidade de compartilhar conhecimento sobre o tema com personalidades e referências no assunto, incluindo ganhadores do prêmio Nobel, é uma honra!”.
Ana Letícia desenvolveu projeto que ajuda no diagnóstico e no pré-diagnóstico de futuros problemas cardiovasculares