O amor transcende barreiras e filhos seguem os passos dos pais no esporte
O segundo domingo de agosto é uma data muito esperada para que pais e filhos comemorem e demonstrem o amor e o carinho que um sente pelo outro. Neste ano, a comemoração acontecerá enquanto os Jogos Olímpicos de Paris estão em alta. Portanto, o jornal A Semana homenageará todos os pais por meio de três atletas, que, por serem os ídolos de seus filhos, passaram o seu esporte como uma herança.
Mogi das Cruzes possui algumas tradições que vão de geração para geração. Então, o jornal A Semana conversou com o Caio Bueris, 46, e o seu filho Arthur de Faria Bueris, 18. Ambos fazem parte do elenco do Mogi Basquete.
Caio, técnico das categorias de base do Mogi, começou a praticar basquete no antigo Colégio Policursos, conhecido por ser uma escola tradicional no esporte. Conta que o motivou à prática foram os meninos mais velhos, considerados seus ídolos, mas, principalmente, o professor Frank Contieiro.
Quando ainda era muito novo, Caio foi jogar em São Paulo, no Corinthians, passando por outros clubes, fez o curso de Educação Física e voltou para as categorias de base. “Hoje, só pratico como técnico. As conquistas foram inúmeras, mas, sem dúvida, a maior delas é ver os meninos bem, como jogadores ou como cidadãos”, conta.
Sobre o seu filho, comenta que sempre o acompanhou nos treinos e jogos: “Ele conhecia tudo do basquete, até mais do que eu”.
Já Arthur, começou no esporte aos oito anos, quando jogava por diversão: “Meu pai nunca me obrigou a jogar; sempre falou que eu tinha que fazer o que eu gostava”. Ele revela que o seu pai foi quem o incentivou muito com as suas histórias e com os treinos específicos. “Meu pai é um técnico muito experiente, já ganhamos juntos diversos campeonatos e era muito legal viver aquele momento perto dele”, lembra o jovem atleta.
Hoje, Arthur treina nas categorias sub-18, sub-20 e no time profissional de Mogi. Dos oito aos 14 anos, jogou pelo Mello Dantes. “Aos 15 anos, fui para o Mogi e estou lá até hoje. Já fui campeão sul-americano e da Federação Paulista”, revela Arthur, que também conseguiu a terceira colocação no Campeonato Sul-Americano sub-17 pela Seleção Brasileira de Basquete.
Sobre a sua relação com o pai, Arthur diz que a troca de experiência que o Caio lhe passa é muito importante: “Quando assistimos aos jogos juntos, ou depois dos meus jogos, conversamos bastante. Acho muito legal essa parte”. E finaliza, “Meu pai é uma pessoa muito dedicada, trabalhadora e focada no que faz, tento puxar isso dele para meu futuro. Me orgulho da pessoa que ele é. Uma pessoa do bem, de bom caráter e tem um coração enorme com outras pessoas. Então, papai, obrigado por todos os ensinamentos. Isso me tornou uma pessoa melhor, você é o melhor pai do mundo, vou te amar pra sempre!”.
Outro esporte muito praticado em Mogi e região é o judô. Para isso, e após as medalhas do judoca Willian Lima (também mogiano), o A Semana conversou com Wellington Roberto de Siqueira, 44, e Gustavo Lopes Cabral de Siqueira, 9, sobre como a arte marcial entrou na vida deste pai e deste filho.
Wellington conta que começou a praticar a atividade por incentivo de alguns vizinhos e de amigos, em 1989, e que, em 2003, chegou à faixa preta. “Mesmo sendo faixa branca, participei de um torneio interno por equipe pela saudosa Escola de Judô União Futebol Clube, o que me motivou muito. Chegar à faixa preta é um honra para mim”, explana.
“Meus pais também me motivaram muito, pois estava acima do peso e o judô é excelente para o condicionamento físico”, ressalta.
A filosofia do judô e os ensinamentos do sensei, como ser uma pessoa do bem, estão na vida pessoal e profissional de Wellington para sempre.
A arte marcial, hoje, é um hobby para ele, mas acompanha os treinos do seu filho, que também decidiu seguir os passos do seu pai, na Associação Namie de Judô. “Tenho o privilégio de acompanhar os treinos do meu filho dentro do tatame. Observar a sua dedicação a cada dia no esporte que eu amo, é um sentimento indescritível”, fala com orgulho. Para ele, o judô ensina a ter dedicação e respeito, sendo importante para a formação do Gustavo, pois faz com que lide com as frustrações nos dias de derrota, sem contar no aprendizado de conviver em conjunto e fazendo amizades.
Para o Gustavo, o judô é uma arte marcial muito interessante. “Comecei o judô por influência do meu pai e acabei gostando da modalidade. Hoje, sou um atleta federado e participo de competições estaduais”, conta o pequeno judoca.
A importância de ter o pai ao seu lado faz com que ele adquira confiança em si mesmo, pois enxerga o Wellington como um professor de judô. “Já consegui muitos títulos com o esporte, como a competição da Copa Hinode, Copa São Bernardo e Copa Itapecerica da Serra”, comenta o filho de nove anos.
Quando perguntado sobre o sentimento que tem ao ver o seu pai como sensei, deixa muito claro o seu orgulho: “Somos parceiros. Meu pai está sempre ao meu lado, sem contar que se dedica muito a nossa família”. E deixa um recado para o pai: “Pai, obrigado por tudo e aproveite o seu dia! Eu te amo muito!”.
Outra família que o jornal conversou, foi a do Guilherme Santana Freitas, 44, e Lorenzo Urbano Freitas, 16 anos. Ambos praticantes de tênis, no Clube de Campo de Mogi das Cruzes.
Guilherme entrou na vida do esporte aos sete anos, pois seus pais e seus avós jogavam tênis. “O esporte sempre foi uma forma da minha família estar junta”, revela. Tendo seus pais como maiores incentivadores, sempre gostou muito da modalidade, pois desenvolve a parte física e mental.
Atualmente, Guilherme joga como hobby, mas conta que treina de duas a três vezes no clube: “Com ele, fiz muitos amigos e preservei a minha saúde”.
O tenista revela que seu filho sempre foi muito ligado a ele e, desde pequeno, Lorenzo brincava na quadra, sendo um companhia do outro. “Batemos bola até hoje. É realmente um presente e um orgulho”, conta o pai.
Como em todo esporte, a disciplina, o respeito e o companheirismo rondam o tênis, oferecendo ensinamentos importantes para o Lorenzo.
Para Lorenzo, o que o incentivou a seguir os passos do pai foi estar sempre junto dele. “Comecei a jogar e foi muito bom para o meu desenvolvimento dentro do esporte e fora dele. Meu pai sempre me apoiou e nunca me colocou pressão.”, conta.
Quando indagado sobre o seu sentimento pelo seu pai, Lorenzo comenta que o enxerga como um técnico, pois ajuda ao escolher os torneios que participa: “Com isso, já ganhei o Campeonato Brasileiro em Uberlândia e cheguei a duas semifinais do Sul-Americano, em que fiquei em terceiro lugar”. Em 2022, Lorenzo conseguiu o primeiro lugar no ranking paulista na categoria 14M.
Como um recado de Dia dos Pais, o jovem atleta fala que seu pai é a sua inspiração: “Sei que posso contar com ele, porque é o meu melhor amigo. Eu o amo muito por ser meu companheiro. Feliz Dia dos Pais!”.
Foto 1: Wellington e Gustavo dividem o tatame
Foto 2: Guilherme e Lorenzo fortalecem o companheirismo
Foto 3: Arthur segue os passos do pai no basquete de Mogi das Cruzes