A Semana



Quem foi Barão de Jaceguai

Artur Silveira de Motta, o Barão de Jaceguai, nasceu em São Paulo a 26 de maio de 1843. Filho do conselheiro José Inácio Silveira da Motta, aos 15 anos de idade, em 1858, ingressou na Escola Naval do Rio de Janeiro como aspirante e concluindo o curso em 1860. Já como tenente, participou da guerra do Paraguai, servindo como ajudante de ordens do almirante Tamandaré que comandava as forças navais brasileiras.

Em 9 de fevereiro de 1870, casou-se em Buenos Aires com a italiana LuisaGlech.

Terminada a guerra, Artur participou de diversas missões diplomáticas no exterior, além de desempenhar inúmeras funções na Marinha. Em 1882 recebeu o título de Barão de Jaceguai e foi promovido a chefe de esquadra (posto referente ao de Vice Almirante).

No mesmo ano veio para Mogi das Cruzes se encontrar com seu irmão Honório Silveira da Motta que era coletor de rendas e morador deste município.

Em outubro de 1887 pediu reforma da Marinha e voltou para Mogi com intenção de fixar residência.

Em 1888 após ter adquirido uma grande área de terra realizou uma grande festa para o governo imperial inaugurando sua bela residência na sua chácara que sua família passaria a residir. Nesta chácara passou a cultivar uva importada da Argentina e caqui vindo da Ásia, novidade para a época, que incentivou tantos outros a seu cultivo.

E é Chico Ornellas que conta o tamanho da chácara do Barão:

“Visualize-se na esquina das ruas Flaviano de Melo com a Deodato Wertheimer e siga em direção à Praça Oswaldo Cruz; todo o espaço à esquerda era parte da chácara – não havia o prolongamento das ruas Coronel Souza Franco e Barão de Jaceguai. Mesmo a Praça Oswaldo Cruz era da chácara, cujo acesso principal ficava aí. Na esquina com a Barão deflita à esquerda, contornando a praça e inclua, no perímetro, as construções à esquerda, na Praça Sacadura Cabral (também a Rua Braz Cubas não estava aberta no trecho que vai daí até a Rua Flaviano de Melo). Siga pelo quarteirão inicial da Rua Ricardo Vilela até a Rua Tenente Manoel Alves dos Anjos e vire nela. Daí, até a Rua Flaviano de Melo; tome à esquerda e chegue novamente à Deodato Wertheimer. Você volteou a cerca que delimitava a Chácara do Barão”.

Em 1889 com a queda do regime monárquico por consequência da proclamação da república ele perde o título de Barão.

Em 1900 ele foi reintegrado nos serviços da armada naval brasileira como vice almirante foi para o Rio de Janeiro e quando voltou assumiu a função de diretor da escola naval.

Em maio de 1902 chegou a patente mais alta da marinha como Almirante e passando quase uma década de serviços prestados a Marinha. Em 1911 foi novamente reformado e recebeu a honrosa medalha da “Companhia Oriental”.

Enquanto isso, suas terras que ocupavam a maior parte da área central de Mogi das Cruzes foram colocadas a disposição e loteadas para abrir novas ruas.

O eterno Barão também era um estudioso da marinha e escreveu vários livros de cunho militar, inclusive foi o ocupante da segunda cadeira da Academia Brasileira de Letras que tinha como patrono, Casimiro de Abreu, eleito em 28 de setembro de 1907 e empossado em 9 de maio do mesmo ano, recebido por Afonso Arinos.

Faleceu em 6 de junho de 1914.

Fontes:

Internet:

  • http://www.odiariodemogi.net.br/uma-visita-a-chacara-do-barao/

Livro:

  • Os Maiores Personagens da História de Mogi das Cruzes – Regis de Toledo – 2003
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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