A Semana



Festival Diversa celebra a arte feita por mulheres

Projeto que dá voz à artistas e produtoras de Mogi das Cruzes, contemplado pela Lei Paulo Gustavo, acontece nos dias 8 e 9 de junho no Galpão Arthur Neto

O Galpão Arthur Netto de Cultura e Cidadania será palco de uma grande celebração da arte produzida por mulheres mogianas. Neste fim de semana (08 e 09/06), o espaço receberá, a partir das 13 horas, a quarta edição do Festival Diversa. Contemplado pela Lei Paulo Gustavo, o Festival Diversa de Mogi das Cruzes foi destaque em matéria publicada pelo Ministério da Cultura por celebrar a riqueza e diversidade da produção artística das mulheres brasileiras em suas mais diferentes linguagens.

A ideia de reunir diferentes mulheres em um único evento surgiu do encontro das artistas e produtoras Marian Koshiba e Valéria Custódio via on-line, em eventos culturais durante a pandemia. Ambas sentiam a necessidade de abertura de espaços, de fomento e valorização à arte produzida pelas mulheres brasileiras. Perceberam, também, a necessidade de que a liderança de eventos culturais fosse mais encabeçada por mulheres, além de realizada nos backstages por equipes de mulheres trabalhadoras da cultura. Por outro lado, como o próprio nome do Festival aponta, ele representa a mulher em sua diversidade. Com isso, a pluralidade racial e a representatividade LGBTIQA+ foram levadas em conta na escolha de equipe e line up do evento.

“O objetivo do Festival Diversa sempre foi dar protagonismo e valorização à mulher artista e trabalhadora da cultura, cientes do abismo da igualdade de gênero que ainda se verifica na área cultural e na sociedade como um todo. E, para isso, nada melhor que um festival apenas com mulheres na line up, abrangendo uma multiplicidade de linguagens artísticas e manifestações culturais, privilegiando mulheres em cargos da produção e nas mais variadas funções do backstage do Festival. Construir algo feito por mulheres, sobre mulheres e para fomento das artistas mulheres, de modo a catalisar a reflexão do público sobre pautas como igualdade de gênero e diversidade, são o propósito maior desse festival. Além disso, o evento tem como intuito abranger diferentes linguagens artísticas, ampliando o contato do público com manifestações culturais que talvez nunca tenham tido a oportunidade de assistir”, conta Valéria Custódio.

 A primeira edição do Festival, em 2021, foi produzida de forma independente, seguido por outras duas edições, fomentadas pelo PROFAC de Mogi das Cruzes e pelo PROAC do Estado de São Paulo, todas em formato de exibição exclusivamente on-line. Agora, com a aprovação na LPG (Lei Paulo Gustavo) de Mogi das Cruzes, o Festival dá mais um importante passo, sendo realizado ao vivo com público no Galpão Arthur Netto de Cultura e Cidadania, com elenco composto apenas por mulheres, além da vasta maioria dos cargos de produção ocupados por elas. Soma-se, até o momento, 23 mulheres em sua organização, fortalecendo o cenário artístico feminino da cidade de Mogi das Cruzes. Dentre as atrações já confirmadas, estão: na literatura, as escritoras Carla Pozo e Liana Nakamura; na fotografia, exposição de Natália Castro; no circo, apresentação da Cia Mina de Risos; e, na música, as apresentações de Valéria Custódio, Dâmi Guita, Flávia Caruso e Sandra Vianna, Aline Chiaradia e Juliana Rodrigues. A escolha das artistas para o festival foi feita por meio de inscrição por formulário Google Forms e teve como diretrizes ter residência em Mogi das Cruzes, trabalho autoral lançado ou em fase de lançamento.

“Um Festival com este recorte de gênero é de relevância ímpar para a cidade de Mogi das Cruzes, pois insere o Município como um dos protagonistas deste movimento pela igualdade de gênero na cultura que tem sido visto ao redor do país e do mundo. O reconhecimento do trabalho das mulheres na cultura não apenas movimenta o setor já consolidado, mas inspira novas gerações de mulheres da cidade a serem promotoras da cultura regional, seja como artistas ou produtoras. Além disso, ao ser um Festival que promove diferentes linguagens artísticas num mesmo evento, há um contato do público com manifestações diversificadas, ampliando o repertório cultural dos espectadores e uma valorização da riqueza da arte criada em nossa cidade. E ter um Festival criado, produzido e performado por mulheres é, primeiro, reforçar, para o atual cenário cultural, que as mulheres podem e devem ter suas vozes ouvidas, seus talentos reconhecidos e valorizados, que possuímos trabalhadoras da arte e da cultura com uma qualidade inegável, prontas para atuar nas mais diversas vertentes da cultura. Isso coloca por terra qualquer argumento de que a desigualdade de gênero ainda presente na atualidade se deva à falta de profissionais qualificadas. O Festival tem esse intuito de mostrar toda a potência realizadora da mulher, nossa realidade e nossa luta, inspirando novas gerações na cultura e na arte, mas também fora dela, como uma mensagem de empoderamento que queremos que chegue a todas, em qualquer âmbito da sociedade: de que podemos ser e realizar o que quisermos – e que, como mulheres, temos que criar espaços para outras mulheres, nessa rede de apoio e colaboração para que cresçamos juntas e criemos uma nova realidade para todas nós”, finaliza Custódio. A novidade desta edição fica por conta da participação da Ciranda, uma feira popular de mulheres criadoras com comidas, artesanatos e artes visuais. O festival tem ainda cunho filantrópico  com a arrecadação de roupas, sapatos e alimentos não perecíveis que serão doados para o projeto “Missão Intensidade”, da rede Gerando Falcões em Mogi das Cruzes. Diversa tem a produção executiva de Valéria Custódio e produção artística de Marian Koshiba; como assistentes de produção, Isabela Prado e Jéssica Vianna. A produção técnica é de Emerson Leles. O Galpão Arthur Netto fica na Rua Rui Barbosa, 248, Centro, Mogi das Cruzes.

Além das artistas, Festival conta com feira de comidas, artesanato e artes visuais

Redação

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