A partir de 1892 e até 1902 os bailes do entrudo dos nossos antepassados eram realizados no Mercado, que nessa época era apenas uma parte daquele demolido em 1960.
Funcionava assim: Em toda a volta do improvisado salão arrumava-se uma fila de cadeiras para as senhoras e senhoritas, que no máximo sorriam para os foliões. Naquela época não ficava bem uma senhora ou senhorita dançar no carnaval.
O baile tinha início às 21hs e prolongava-se até a madrugada. As senhoras e senhoritas ficavam ali sentadas e o só os homens dançando…uns com os outros. Hoje, em tempos do politicamente correto imagina isso. O tamanho do mi mimi.
E havia nos bailes dessa época muito homem fantasiado de baiana, de preta, de dama antiga (mais ainda), todos caprichosamente mascarados.
O mercado ficava atapetado de serpentinas e de confetes e hoje época em que esse tapete de papel picado elevava-se a meio metro de altura.
Mas tudo era alegria, entusiasmo e animação.
Já nas ruas da cidade era grande a animação popular…fantasias ricas e foliões esfarrapados. Arlequinas, Pierrôs e Colombinas…
Havia um grupo naqueles tempos, o Grupo da Marmelada, constituído de jovens da melhor sociedade e que se tornou tradicional nos carnavais da cidade.
Em Mogi daquela época era grande a produção de marmelo e não havia casa que não tinha grandes tachos de marmelada. Nos três dias de carnaval, esses rapazes percorriam as residências e entre cantos e danças consumiam o que tinha de bebida e de pão com marmelada, tudo na maior alegria e descontração.
E não se pode falar de carnaval dos bons tempos sem a lembrança do Rei Momo maior de nossa cidade, João Benegas Ortiz que incorporou o personagem por mais de 40 anos.
Fontes:
Livros:
– Folclore Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1983
– Mogi das Cruzes de Antigamente – Isaac Grinberg – 1964
Internet:
– http://dialeticacultural.blogspot.com/2011/03/da-folia-cinzas-o-carnaval-em-mogi-das.html