A Semana



O Distrito de Jundiapeba – 1

No seus primórdios, Jundiapeba era conhecido como “Campos de Santo Ângelo” porque os freis do Carmo no século XVII, ao adquirirem essas terras assim a denominaram, prestando uma louvação a esse santo, construindo mais tarde uma capela, para iniciarem os cultos religiosos.

Num tempo ainda mais distante, ainda ao dos carmelitas, a região era conhecida pelo nome de Jundiapahuba, pela grande quantidade de capim melado ali existente chamada Jundiá.

Na década de 40, uma ordem vinda de São Paulo, propõe uma reunião com os moradores do bairro para a mudança do nome. Na reunião com a maioria dos moradores, no bar do Seu Lourenço, depois de muita discussão, um dos presentes, o Sr. Francisco Silva propõe o nome Jundiapeba, partindo do princípio estar o bairro situado entre os rios Jundiahy (em tupi, rios dos peixes, chamados de jundiás) e Tayaçupeba (em tupi, porco pequeno do mato).

A partir de então, muda-se a placa da Estação Férrea de Santo Ângelo para Jundiapeba, mudando também o nome do bairro.

Essas terras adquiridas pela irmandade do Carmo através de carta de data em 23 de janeiro de 1709 pela Câmara Municipal de Mogi foi subdividida para vários proprietários e passando de mão em mão chegamos no início do século XX, onde parte destas terras é obtida por Antonio Olegário dos Santos Cardoso de Joaquim Rodrigues da Cunha, em 1911.

Em 1916 outra parte é comprada pelo Dr. Francisco de Paula do Sr. Joaquim Moreira do Uma.

Em 1917 mais uma parte é comprada de Jesuíno Rodrigues de Campos Furquim por Lourenço de Souza Franco, Manuel Alves dos Anjos e Benedito Souza Brandão onde hoje se encontra o centro urbano de Jundiapeba. Benedito Souza Brandão também comprou grande parte da região do Rio Abaixo, ou melhor, da Estrada de Ferro até o pé da Serra do Itapety.

Neste mesmo ano de 1917, um grupo de senhoras paulistas decidiram fundar uma entidade em favor dos leprosos, denominada “Associação Protectora dos Morphéticos”. Para isso, solicitam aos carmelitas, doação de uma pequena parte de suas terras do Campos de Santo Ângelo, para implantação de um “Leprosário Modelo”.

Finalmente, em 13 de julho de 1918, segundo consta no livro 151, folha 162 do 1º Tabelião do município de Mogi das Cruzes, o Convento do Carmo, através de “Escritura de Doação” cede o terreno para a construção do Leprosário.

Continua…

Fontes:

– Revista Que é que meu bairro tem – Projeto Ariano Vilar Suassuna – Dezembro de 1986

– História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

Comente abaixo