A Semana



Mogi das Cruzes na época colonial – Parte I

A vila de Santa Anna das Cruzes de Mogy criada em 1611 aos poucos ia configurando a sua história. Na época do Brasil Colônia, todas as vilas eram parecidas: uma igreja, praça na frente e rodeada de casas levantadas pelo sistema de taipa de mão ou pau a pique e pelo sistema de taipa de pilão. De modo geral, o pau a pique ou taipa de mão era usado nos sítios e roças e a taipa de pilão na sede da vila.

O sistema de taipa de pilão, sendo apenas de terra solta piloada, obrigava seus construtores a fazerem um beiral bastante largo, pois era preciso impedir que a água da chuva molhasse e fizesse apodrecer os seus alicerces. Por isso aqueles beirais largos das casas coloniais.

Dentro das casas “toscos bancos e catres, mesas e escabelos e rudes arcas onde se guardava a pouca roupa da família” (Taunay em seu “São Paulo nos primeiros anos”). Além disso, havia grandes pregos fincados nas paredes onde se dependuravam armas de fogo e utensílios domésticos.

A pobreza dos habitantes dessas vilas era a grande característica da vida naquela época. Os inventários mostram o valor que tinham uma ceroula, um travesseiro, um colchão, meias e outros. Por exemplo, o inventário dos bens deixados por Francisca Cardoso, esposa de Gaspar Vaz, falecida em Mogi a 12 de março de 1611: um colchão vazio, uma toalha de mesa usada, um travesseiro e três almofadas, uma caixa, uns frascos de vidro, quatro arroubas de algodão, seis enxadas novas e seis velhas, seis machados, etc…

A iluminação das casas era feitas de castiçais de latão, de bronze, de latão ou arame.

A base de alimentação daquela época era a canjica, ensinada pelos índios, o angu de fubá ou de farinha de milho e de mandioca, pois tanto o angu como a canjica dispensavam o sal, escasso e caro, pois vinha do estrangeiro.

Aos poucos a comida foi sendo diversificada, pois foram chegando mudas e sementes de Portugal. E já se comia arroz, feijão, cará e legumes trazidos do Reino. Naquela época não se usava talher, comia-se com os dedos.

Divertimento quase não tinha. A vida simples era interrompida apenas quando acontecia um casamento, nascimento, doença ou falecimento. Ou então a festa sacra como as procissões.

Continua…

Fontes:

  • Internet
  • Mogi das Cruzes de 1601 a 1640 – Isaac Grinberg – 1981
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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