Reflexivo, brasileiro, necessário. ‘Cunhã’, o álbum de Sandra Vianna, é resultado de uma vida inteira de diferentes experiências. Fruto da pandemia e lançado em 2022, o repertório ganha, dois anos depois, novos ares, significados e palcos. Agora entre março e abril, com recursos do Programa de Fomento à Arte e Cultura de Mogi das Cruzes (Profac), será atração gratuita em diferentes endereços.
Serão três apresentações, sendo a primeira às 15 horas desta sexta-feira (15 de março), na Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) “Profª Jovita Franco Arouche”, na rua José de Carlo, 85, na Vila Lavínia, em Mogi.
A segunda será na sede da Acadêmicos da Fiel, na Rua Padre Dr. Marcílio S. R. de Melo, 119 – Rodeio, às 17 horas do dia 24 (domingo). E a última, no Centro Cultural de Mogi das Cruzes, na praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, 360, está marcada para às 19 horas do dia 12 de abril.
Para explicar o que o público ouvirá nestas datas é preciso voltar no tempo. Em 2000, Sandra Vianna teve vivências na aldeia do Rio Silveira, na divisa entre Bertioga e São Sebastião. Era o primeiro contato que a artista teve com os povos originários, o que a ajudou a se colocar no mundo, a se entender e a se conhecer e acolher.
De lá para cá, ela cantou na noite, gravou um primeiro disco, se lançou como produtora cultural, se descobriu gestora. ‘Cunhã’ precisava de todas essas experiências para florescer. “É um compilado de sentimentos em formato de canções”, explica a cantora.
Uma das faixas é ‘Irũ’, que vem da abreviação da palavra tupi-guarani “Atairũ”, que significa “companheiro de percurso na nossa Nave Mãe Terra”. Outra é ‘Filha de Uma Maria’, composta como um desabafo, uma libertação.
“É a resposta a uma música que ouvi durante uma tarde toda nos ensaios dos meus vizinhos músicos, quando morava no litoral. O refrão ‘Maria ria, Maria aria, Maria o fogão tá te esperando…’ me agrediu a noite toda”, relembra Sandra Vianna, com um sorriso no canto do rosto. O sorriso de quem devolveu, no dia seguinte, com os versos “É filha de uma Maria, levanta a cabeça e vai”.
E tem outras histórias, como ‘Roma’, composta por Léo Nogueira e Clarisse Grova, que nas palavras de Sandra Vianna é “o tapa na fuça do peão”; ‘Bacante’; ‘Mágica do Tempo’ e ‘A Música’, composta em parceria com Roberta Campos e que recentemente ganhou nova versão na voz do cantor Brenô.
Até chegar à ‘Floresta em Pé e Fascismo no Chão’, “que diz tudo nesse momento de grande alterações climáticas”, tem ainda ‘Índia Lua’, canção de Antonio Pereira de Manaus; ‘Empatia’, de Rui Ponciano e Dani Dias; e ‘Oração do Artista’, de Khalil Magno, que cita diversas personalidades das artes de Mogi das Cruzes;
Uma a uma, as faixas de ‘Cunhã’ revelam os pensamentos de alguém que entendeu a importância dos povos originários, que enfrentou os preconceitos de ser mulher e artista, e que entendeu que é preciso plantar o bem para colher a paz.
“Além das canções de ‘Cunhã’, cantarei uma inédita, letra minha musicada por André Melo. É ‘Yabás’, que faz referência à ancestralidade a ao empoderamento feminino, onde no refrão falo das Yabás: Oxum, Iemanjá, Iansã, Nanã, Obá e Ewá”, conta Sandra Vianna, sobre a novidade do repertório, gravada inicialmente para o disco de Flávia Caruso, atualmente em fase de finalização no Estúdio Municipal de Áudio e Música de Mogi das Cruzes (Emam).
Tudo isso será apresentado ao público com a participação da também cantora Valéria Custódio; com os violões, voz e percussão de Flavia Caruso; e com interpretação em Libras de Ana Paula Peres. Já nos bastidores, a produção executiva é de Deizy Mano; a produção de campo de Carla Pozo; o marketing e social media de Luna Nakano; e a contabilidade de Débora Ribeiro. Já a técnica de som é com Léo Zerrah; o audiovisual é com Mauricio Noro e João Correa, da produtora Salada de Frutas; e a iluminação com Thiago Cardoso.
Serviço
O quê? Shows ‘Cunhã’, de Sandra Vianna
Quando e onde?
15/03 – 15 horas – Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) “Profª Jovita Franco Arouche” – Rua José de Carlo, 85 – Vila Lavínia
24/03 – 17 horas – Acadêmicos da Fiel – Rua Padre Dr. Marcílio S. R. de Melo, 119 – Rodeio
12/04 – 19 horas – Centro Cultural de Mogi das Cruzes – Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, 360
Quanto?
Gratuito, com classificação indicativa livre e sem necessidade de retirada de ingressos