Apesar do aumento dos registros de dengue em Mogi das Cruzes e demais cidades do Alto Tietê, a vacina contra a doença não é recomendada para alguns grupos de pessoas, entre elas, para quem está em tratamento contra o câncer.
“A vacina é feita com o vírus atenuado da dengue e para uma pessoa imunossuprimida, que está com o sistema imunológico enfraquecido e mais vulnerável a infecções por conta do câncer ou do tratamento oncológico, pode apresentar efeitos colaterais mais severos e outras complicações à sua saúde. Porém, alguns tratamentos oncológicos não são imunossupressores, por isso é importante avaliar com o oncologista que faz o acompanhamento do paciente”, explica o oncologista Ricardo Motta.
No entanto, nada impede que os familiares e/ou cuidadores deste paciente com câncer sejam vacinados contra a dengue se estiverem apto para a imunização. A vacina pode ser aplicada via Sistema Único de Saúde (SUS) respeitando um esquema vacinal determinado pelo Estado e/ou município ou em clínicas particulares.
“Porém é importante entender que essa imunização não servirá para diminuir os riscos da pessoa que está com câncer contrair a dengue, já que a transmissão da doença é feita pela picada do mosquito Aedes aegypti”, alerta o médico.
Segundo o oncologista, para se prevenir, o recomendado para quem tem câncer (e também público em geral) é usar diariamente o repelente, evitar áreas de mata e, se possível, proteger as janelas e portas com telas contra insetos. No caso do repelente é importante usar os que têm na sua fórmula icaridina (picaridina) – pelo menos 20% – e DEET – 30%, que têm proteção mais eficazes contra o mosquito Aedes aegypti.
“Alguns cuidados simples podem fazer a diferença para evitar a doença Em caso de dúvida sobre a vacina, o paciente deve procurar o seu oncologista para esclarecimento e, em casos suspeitos de dengue, procurar imediatamente uma unidade de saúde de sua preferência”, orienta o especialista.
Outras restrições
A vacina da dengue também não deve ser tomada nas seguintes situações: gravidez suspeita ou confirmada; amamentação; alergia aos componentes das vacinas; febre moderada a alta; HIV/Aids; doenças agudas e por quem faz uso de corticoides sistêmicos em doses elevadas.