Arujá é uma antiga povoação situada a nordeste da capital paulista entre as serras da Cantareira e do Mar, às margens do ribeirão Baquirivu-Guaçú. Arujá no tupi quer dizer “abundantes de peixinhos barrigudinhos, ou guarus”.
O Dr. João mendes de Almeida, no seu Dicionário Geográfico da Província de São Paulo (1902), tem como certo que Arujá tem origem em “limo, lama, folhagem seca, detritos vegetais”.
Já o Prof. Afonso de Freitas afirma que em seu Dicionário dos Municípios do Estado de São Paulo (1985): “Arujá é nome de um rio nascido na vila de Mogi das Cruzes”.
O Frei Francisco dos Prazeres Maranhão (1890), no seu glossário de Palavras Indígenas, diz que Arujá significa “morada dos sapos”, embora não exista nessa palavra referência a sapo.
E o Pe. Manoel da Fonseca da Companhia e Jesus, em 1752 escreve em seu livro, “Vida do Venerável Padre Belchior de Pontes: “As serras de Arujá, onde parece que se foram os raios e coriscos, como naquele lugar estivesse a oficina de Vulcano, mas com tal segurança, vivem os índios naquele sítio debaixo da proteção de Nossa Senhora da Ajuda”. Chamavam Arujá de “Serra dos Raios”. Por este motivo, Arujá não teve aldeia indígena, os índios habitavam em buracos feitos no chão para se protegerem dos raios.
Mas a interpretação que prevaleceu como oficial foi a de Teodoro Sampaio, na sua obra “O Tupi na Geografia Nacional (1928): abundantes de peixinhos barrigudinhos ou guarus”, o que pode ser cardume de guarus.
O município surgiu com um traçado de uma estrada vicinal, que saia da Praça da Sé, passava pelo Brás, Penha, Guarulhos, Bonsucesso, Arujá até chegar ao Rio de Janeiro. O caminho era usado por tropeiros que se dispersavam pela floresta à fora, sentido Vale do Paraíba-Rio de Janeiro. Os “faisqueiros” como eram chamados esses tropeiros, eram responsáveis pelo contato com os índios, além de extraírem ouro do rio Jaguari.
A descoberta do ouro foi o primeiro passo para o seu desenvolvimento. A vila de Arujá teve origem com a Capela do Senhor Bom Jesus, construção iniciada em 1781 por José de Carvalho. Em 1852, Arujá se tornou distrito de Mogi das Cruzes e transferido para o município de Santa Isabel em 1944.
Em 1959, Arujá é elevado a Município e em 1985 adota o codinome de “Cidade Natureza”.