O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) apresentou à secretária estadual de Políticas Para a Mulher, Sonaira Fernandes, demandas voltadas para a defesa da mulher. Apenas nos quatro primeiros meses do ano, os 14 municípios do grupo registraram 254 casos de estupro, já em 2022, o Alto Tietê acumulou ao menos nove feminicídios, segundo as estatísticas.
Os pedidos foram feitos nesta terça, 30, durante apresentação de novas linhas de crédito para atender às empreendedoras do Estado. Na ocasião, o presidente do Condemat, Caio Cunha, entregou para a secretária estadual reivindicações do consórcio em defesa das mulheres. O documento pede a criação de um Centro Regional de Referência no Atendimento da Mulher, serviço que possibilita a melhor articulação entre as políticas e o encaminhamento dos casos. A ideia é que a unidade contemple uma linha de programas para a superação da violência e a independência financeira, com iniciativas como aluguel solidário, transferência de renda, apoio para constituição de novo lar e empregabilidade.
Visando o atendimento rápido e cuidado integral, algo essencial nos casos de violência, o Condemat solicitou também a implantação de uma referência hospitalar regional para mulheres vítimas de violência. Apesar de contar com grandes unidades de saúde, como o Hospital Luzia de Pinho Melo (Mogi das Cruzes), o Dr. Osíris Florindo (Ferraz de Vasconcelos) e o novo Hospital Regional do Alto Tietê (Suzano), atualmente as referências disponibilizadas pela rede pública estão em outras partes do Estado. Sonaira afirmou que levará os pedidos para a Secretaria de Estado da Saúde para discutir os pedidos.
Crédito
Durante o encontro, Sonaira Fernandes anunciou o financiamento de R$ 50 milhões para as empresárias. Com a ação, as empreendedoras da Região terão à disposição as linhas de crédito Desenvolve Mulher e Desenvolve Mulher Sustentável. A primeira pode ser quitada em até 120 meses com juros de 0,33% ao mês, enquanto a segunda possui juros de 0,17% ao mês. Nos dois casos, há o acréscimo da SELIC, além do prazo de carência de até 36 meses. O valor pré-aprovado para os financiamentos é de até R$ 200 mil por projeto. Os benefícios são voltados para empresas administradas por mulheres e o Desenvolve São Paulo poderá consultar a classificação de risco do negócio.
Cunha reforçou que o incentivo ao empreendedorismo abre portas para o desenvolvimento econômico regional. “As mulheres querem e precisam ser valorizadas. Este programa facilita o acesso às linhas de crédito, tirando a burocracia e oferecendo os financiamentos de maneira ágil. Quando você torna este recurso acessível, mostra que quer dar oportunidade a quem precisa, isto é fundamental”, analisou.